Para os professores de Redação Marlus Geronasso e Doralice Araújo, a proposta de narração usando a fábula A raposa e as uvas foi a grande surpresa da prova. Ela pedia uma história usando personagens humanos e mantendo a moral da história, "quem desdenha quer comprar". Os professores consideram a escolha acertada, tanto por estimular os alunos a escreverem um tipo de texto que não é recorrente nos concursos, quanto por valorizar um autor que foi pouco abordado na primeira fase, Monteiro Lobato. "Esta é a proposta que realmente selecionará os candidatos", afirma Geronasso. Ele também comentou a dissertação, que partiu de uma infografia sobre biocombustíveis. "Ques­­tões como essas, que trazem recursos visuais, são im­­portantes porque ressaltam a importância de o aluno ter leituras diferenciadas. Ele deve ser capaz de ler imagens e gráficos com a mesma eficiência que interpreta um texto escrito", diz.

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Alguns candidatos que fizeram as provas na área de Exatas ontem reclamaram da complexidade das provas de Física e Matemática. Fabrycia Kessler, 17 anos, afirmou que não se lembrava de metade das fórmulas de Física. "A prova estava tensa. Não sei se conseguirei passar. Talvez tenha de ficar para o ano que vem", lamentou. Luiza de An­­drade, 18 anos, pretende en­­trar em Engenharia Industrial Madeireira e diz que o mais complicado na prova de Física era a necessidade de interpretação e muitos cálculos para chegar ao resultado. Daniele Andreatta, 18 anos, tenta entrar no curso de Física e foi uma exceção entre os colegas. Para ela, o processo seletivo estava fácil para quem estudou. "Eu me preparei muito, por isso consegui resolver as questões com facilidade. Mas este dia realmente foi o mais complexo de todos", disse.

As provas de História e Filosofia foram consideradas complexas pelos estudantes, mas bem contextualizadas e com enunciados claros e curtos. Em História foram cobradas questões sobre o Brasil, América Latina e Estados Unidos. Em Filosofia havia questões sobre Merleau-Ponty e Maquiavel. Clau­dio Ribeiro, 17 anos, foi um dos primeiros a sair. Para ele, apesar de profundos, os temas estavam acessíveis a quem estudou. Rafael Ferreira, 19 anos, disse que as questões de Filosofia estavam claras e tinham fácil leitura. "O conteúdo cobrado era complexo, mas foi apresentado com objetividade", analisou.

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