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Novos revolucionários

Nas particulares, protestos são contra as mensalidades

Nas universidades particulares, as rebeliões estudantis geralmente envolvem mensalidades. Uma das mais famosas do estado ocorreu em 1984 na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). O protesto culminou no seqüestro do reitor.

No episódio, os estudantes foram até a reitoria com o objetivo entregar um documento de reivindicação contra o aumento nas mensalidades. Porém, como não foram recebidos pelo reitor, resolveram fechar o prédio em que ele estava. Funcionários ficaram impedidos de sair durante um dia. "Houve caracterização de seqüestro. Algumas pessoas intercederam e liberamos o reitor, mas decretamos greve de 20 a 30 dias, com ocupação do câmpus" afirma o presidente de centro acadêmico da época, Marcelo Miguel.

Assim, os estudantes fecharam os acessos à universidade. Apesar da ordem da reitoria para derrubada de portões, os alunos deram-se as mãos e resolveram cercar a PUC, segundo Miguel, que lembra de pequenos detalhes. "Toda luta, toda reivindicação, tem uma razão. Pode ser que não conquiste vitória e objetivo inicialmente traçado, mas tudo faz parte de um processo que, na pior das hipóteses, ajuda as pessoas a crescer", opina.

Cinco anos após o episódio, novamente revoltados com um aumento súbito e significativo das mensalidades, os alunos resolveram tomar o câmpus. Ficaram lá dentro por mais de um mês. Até uma rádio-pirata foi montada para transmitir informações. "Era diferente desse movimento da UFPR de agora", diz Ricardo Gomyde, que, com a liderança da ocupação, tornou-se conhecido e acabou eleito deputado federal. "Era uma causa econômica e que mobilizou todos os alunos. Esse de agora é um movimento de vanguarda, com pouca gente participando", diz. Gomyde é pré-candidato a prefeito de Curitiba pelo PCdoB.

Para o estudante Leônidas Nery Dias, que participou em 2005 de um acampamento contra o aumento de mensalidades, o movimento estudantil atualmente está partidarizado, o que prejudica a discussão estudantil. "O movimento está partidarizado de forma impressionante. Agora você é da chapa do PT ou PMDB ou PcdoB, e acaba virando um partidão."

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