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Natal decreta emergência, em meio a greve de agentes de combate ao Aedes

 | PAULO WHITAKER/REUTERS
(Foto: PAULO WHITAKER/REUTERS)

Capital do terceiro estado com mais casos suspeitos de microcefalia no país, Natal enfrenta há 25 dias uma greve dos agentes que fazem o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e do vírus zika, associado aos casos de má-formação em recém-nascidos. Há 527 funcionários na capital potiguar.

É a terceira greve dos agentes de combate a endemias de Natal neste ano. A anterior, em julho, durou 30 dias.

Para pressionar os agentes a voltarem ao trabalho, a prefeitura de Natal ingressou na tarde desta quinta-feira (3) com um pedido de ilegalidade da greve na Justiça. Além de cortar o ponto dos efetivos, a secretaria municipal de Saúde quer autorização para exonerar 220 agentes que estão em estágio probatório.

Responsáveis por visitar as casas, orientar os moradores e aplicar larvicidas e “fumacê”, os agentes reivindicam a compra de uniforme completo, incluindo chapéus e calçados, o aumento do auxílio-alimentação de R$ 10 para R$ 15 e o reajuste de 100% na gratificação, que hoje é de R$ 150. Os agentes ganham o piso nacional da categoria, de R$ 1.014.

“Estamos reivindicando condições mínimas de trabalho, incluindo exames de sangue periódicos. Hoje, 20% dos agentes estão afastados por problemas de saúde”, diz o presidente do Sindicato dos Agentes de Saúde do Rio Grande do Norte, Cosmo Marins.

Com o enfraquecimento do trabalho porta a porta e o risco de uma nova epidemia de dengue, zika e chikungunya, a Prefeitura de Natal decretou estado de emergência, a exemplo do que fez o governo do Rio Grande do Norte nesta quarta-feira (2).

Para o secretário de Saúde de Natal, Luiz Roberto Fonseca, a greve é “inconveniente e inoportuna”, uma vez que o Nordeste concentra 98% das suspeitas de microcefalia no país.

“Com a decretação do estado de emergência agilizamos a compra do fardamento. Além disso, enviamos para a Câmara dos Vereadores o projeto de lei que garante o aumento do vale-alimentação. Pedimos a tramitação em regime de urgência”, afirma Fonseca, acrescentando que essas são as reivindicações que a prefeitura tem condições de atender no momento.

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