Os sete bebês que morreram estavam recebendo na alimentação intravenosa o produto Neo Zinc nutriente a base de zinco que foi suspenso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em janeiro. O laboratório Inpharma, com sede em Barueri (SP), detectou a contaminação microbiótica em dezembro e recolheu o lote K55008 do produto em todo o território nacional. Foram fabricadas 12.655 ampolas do lote infectado 4.900 chegaram a ser distribuídas e 117 foram usadas. Não há nenhum outro lote do medicamento em comercialização que é de uso hospitalar e somente administrado com prescrição médica.
De acordo com a gerente de qualidade do laboratório responsável, Iara Aydos, o medicamento foi contaminado por uma bactéria que vive em meios fluídos, de baixo potencial patogênico. A fabricação do produto é terceirizada e está sendo investigada também pela empresa. "Temos certeza absoluta que não há relação entre o produto e as mortes no Paraná", afirma. O lote com problemas teria sido distribuído apenas para São Paulo e Bahia.
O gerente de fiscalização da Anvisa, José Augusto Simi, declara que a empresa será penalizada independente da gravidade do dano. "Teria de ter detectado a contaminação antes de soltar o produto no mercado", enfatiza. A Inpharma está com toda a produção suspensa para reavaliação do controle de qualidade. A suspensão do medicamento foi determinada depois que a Rede Nacional para Investigação de Surtos e Eventos Adversos em Serviços de Saúde (Reniss) identificou a ocorrência de infecções associadas ao uso de bolsas que continham Neo Zinc, a partir de notificações de hospitais dos estados de São Paulo e Paraná. Um alerta foi emitido para todos os hospitais do Brasil. (KB)