Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) devem se reunir novamente com os dirigentes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na manhã de quinta-feira (13). No encontro desta quarta-feira (12), os sem-terra saíram decepcionados porque não houve o compromisso de assentamento das 5 mil famílias acampadas no Paraná. Por volta das 19 horas os agricultores saíram da frente da sede do Incra, liberando a Rua Doutor Faivre.
"É praticamente impossível assentar as 5 mil famílias, no Paraná, até o final do ano. A meta é instalar mil", disse a superintendente regional Claudia Sonda. De acordo com o Incra, neste ano 178 famílias foram assentadas no Paraná. Elas estão distribuídas em quatro áreas nos municípios de Cândido de Abreu (25 famílias), Candói (12), Cascavel (106) e Guarapuava (35). Outras 70 propriedades estão em processo de desapropriação ou compra. Estas áreas têm potencial para receber 6,3 mil famílias.
Quanta a assistência técnica para os assentamentos, o Incra informou que prevê investimentos de R$ 20 milhões até 2011. Do total dos recursos, R$ 19,8 milhões de recursos do próprio órgão e R$ 200 mil do governo do estado. Outra reivindicação dos sem-terra é a agroindustrialização da produção. O Incra disse que está estudando a melhor forma para inserção de assentamentos do estado no programa Terra Sol, com objetivo de criar meios para o desenvolvimento sustentável.
"Cada área do Incra vai definir, a partir de agora, uma agenda para acompanhamento dos itens abordados nos encontros com o MST. A partir de uma análise crítica caso a caso, estabeleceremos as prioridades aqui no estado", declarou a superintendente Claudia Sonda.
Os 700 integrantes do MST devem permanecer em Curitiba até a próxima sexta-feira (14), quando participam de uma passeata e uma manifestação na Boca Maldita juntamente com outros movimentos sociais, sob o mote "não às demissões, pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, e em defesa dos direitos sociais". O ato faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que inclui protestos em 12 estados e no Distrito Federal.
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