Aproximadamente 30 segundos. Esse foi o tempo que o engenheiro de computação Márcio Zeni Prosdócimo, 34 anos, teve com o pai antes de morrer em seus braços, no Centro de Observação Criminológica e Triagem (COT), na véspera do ano-novo. Prosdócimo era autor confesso do assassinato de seus avós. Em companhia da mãe, Sônia Maria Zeni Prosdócimo, no dia 16 de dezembro, ele matou o avô por asfixia com um travesseiro e submeteu a avó a uma sessão de choques antes de sufocá-la com papel-filme.
O encontro de pai e filho, que seria o primeiro depois do Natal, teve apenas um beijo, um abraço e um "Feliz Natal". Logo em seguida, Prosdócimo desmaiou agarrado ao pai. "Todos os primeiros-socorros foram prestados pelos agentes penitenciários enquanto o serviço médico foi acionado e chegava no local", afirma a diretora do COT, Márcia Regina Soares Deitos. Por ter curso superior, o engenheiro tinha sido transferido para o COT havia menos de dois dias e dividia a cela com dois policiais. De acordo com a diretora, a passagem de Prosdócimo foi rápida e sem problemas. "O pai dele nos visitou para agradecer o tratamento que oferecemos", conta a diretora.
Segundo a certidão de óbito emitida pelo Instituto Médico Legal (IML), Prosdócimo foi vítima de "tromboembolismo pulmonar maciço, miocardiopatia hipertrófica e obesidade severa". A mãe, que encontra-se presa no 9.º Distrito Policial, foi autorizada a participar do enterro do filho, realizado na manhã de domingo, no cemitério Santa Cândida.
Por ter cometido um crime com requintes de crueldade, o engenheiro poderia ser condenado à pena máxima. Para o delegado Maurílio Alves, da Delegacia de Homicídios, ainda é preciso aguardar o laudo do IML, nos próximos 40 dias. "Queremos saber se ele ingeriu algo que pudesse causar a morte", afirma. (JO)
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