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Névoa próxima ao solo reduz a visibilidade dos aviões | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Névoa próxima ao solo reduz a visibilidade dos aviões| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Campo Mourão

O Aeroporto Geraldo Guia de Aquino, em Campo Mourão, na Região Centro-Oeste do estado, deve ser reaberto para pousos e decolagens no início de julho. Essa é a intenção da prefeitura, que realiza reformas nas instalações para adequar o aeroporto às exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O local foi interditado pela Anac em março deste ano por permitir acesso de pessoas à pista de pouso.

Os nevoeiros que tradicionalmente compõem a paisagem de Curitiba e região metropolitana nesta época do ano já causaram o cancelamento de 367 voos no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, neste ano. Um número 38,5% superior ao número de decolagens canceladas em todo o ano passado (ver infográfico).

O problema é agravado porque o terminal aéreo passa por obras de manutenção na pista. Este trabalho impossibilita o uso do ILS CAT-II, instrumento que ajuda os pilotos a operar em condições meteorológicas adversas. Segundo a assessoria de imprensa da Infraero, as obras devem terminar do fim deste mês, quando o aparelho então voltará a funcionar.

Com a queda das temperaturas, a recorrência das interrupções das operações no aeroporto deve ser maior. Em junho, por exemplo, o Afonso Pena já teve que parar suas operações ao longo de cinco dias, somando só neste mês 24 horas de paralisação e 96 voos cancelados. Desde o início de 2012, os trabalhos foram afetados pelo nevoeiro em 35 dias. No total, são 81 horas e 25 minutos em que o aeroporto ficou fechado neste ano.

O meteorologista do Ins­­tituto Tecnológico Simepar Fernando Mendes explica, de forma simplificada, que os nevoeiros são uma nuvem que se forma próximo do solo. O impacto na aviação é grande porque esse tipo de fenômeno impossibilita a visibilidade em um raio de até mil metros.

Ele diz que duas razões básicas favorecem a formação de nevoeiros. Uma delas é o aumento da umidade, que pode provocar a saturação do ar. Outro motivo é a redução das temperaturas do ar. Quando elas atingem o ponto de orvalho, ocorre condensação, formando o nevoeiro.

A região em que se localiza o Afonso Pena reúne condições favoráveis para a ocorrência de nevoeiros em ambos os casos. Por estar em uma região alta e descampada, a média das temperaturas tende a ser baixa, principalmente nesta época do ano. "Além disso, por causa da proximidade com o mar, um maior porcentual de umidade pode chegar mais facilmente à região, facilitando a formação", explicou Mendes.

Como a localização e o clima são propícios ao fenômeno, é difícil dimensionar os impactos futuros. De acordo com nota da Infraero, "não há como prever o fechamento do aeroporto por motivo de nevoeiro, que é comum nesta época do ano".

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