Rio Após sofrer uma queda ao tropeçar em um tapete na sala da casa onde mora, no Rio, no bairro de Ipanema, na zona sul do Rio, o arquiteto Oscar Niemeyer, de 98 anos, foi internado domingo, às 7 horas, no Hospital Samaritano, na capital fluminense. Com o quadril fraturado, Niemeyer passou por uma cirurgia ortopédica.
Depois da intervenção, o arquiteto foi levado para a Unidade Intermediária (UI), onde permanecia ontem à tarde. De acordo com o boletim médico, Niemeyer passa bem, mas não há previsão de alta.
A reportagem apurou que o arquiteto está lúcido, conversa e já perguntou aos médicos e às enfermeiras quando será autorizado a voltar para casa e retomar o trabalho. Ontem mesmo, Niemeyer começou a ser submetido a sessões de fisioterapia.
Com base nas informações fornecidas pelos médicos que o atendem, os parentes de Niemeyer acreditam que ele receba alta até o próximo fim de semana.
Recentemente, Niemeyer foi o mais votado pela redação do jornal O Globo em uma votação dos brasileiros geniais. E não é por menos. Aos 98 anos, Niemeyer trabalha todos os dias no escritório da Avenida Atlântica, mirando Copacabana do alto e tendo a média de cinco projetos por mês. Tem rotina simples e não faz dieta. Começa desenhando sozinho. Depois chama seu grupo de trabalho, que inclui netos e bisnetos.
Criador de sólidos flutuantes, o homem que, em parceria com Lúcio Costa, projetou a capital brasileira com um baixo salário de funcionário público, orgulha-se de haver desafiado o engenheiro calculista José Carlos Sussekind, seu parceiro há 40 anos, a sustentar uma cúpula com 80 metros de diâmetro no projeto do novo Museu Nacional de Brasília, recém-concluído, mas ainda não inaugurado, ao lado na nova Biblioteca Nacional.
Sua maior ambição é terminar as obras de sua vida: o Eixo Monumental de Brasília, a Passarela do Samba e o Caminho Niemeyer, em Niterói.