Campo Mourão – Apesar se tornar atração na pequena cidade de Tapejara, com 13 mil habitantes, o caixão americano usado no translado do corpo do brasileiro Isaías Expedito Pereira, de 40 anos, se transformou em um transtorno para o pai de Isaías, o aposentado Conrado Pereira Filho, de 84 anos. "O caixão custou muito caro e agora não sabemos o que fazer com ele", diz. A família pagou US$ 9 mil para fazer o translado, e o preço do caixão estava incluído no valor. Isaías morreu no dia 8 de abril, em decorrência de um acidente de trânsito nos Estados Unidos.

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Para fazer o sepultamento do filho, Conrado foi obrigado a comprar outro caixão. "A urna americana não coube na sepultura", conta. A peça, de 2,25 metros revestida de zinco, com sistema de molas e almofadada por dentro, também não foi aceita pelo proprietário da funerária, Jaldeir Ferreira Gonçalves, obrigado empilhar outros caixões para guardar a urna americana. "Além de ocupar muito espaço, é uma mercadoria que dificilmente será vendida por causa do tamanho", diz Gonçalves. Ele explica que os caixões brasileiros têm um padrão de medidas diferente do americano. "O máximo é 1,90 m. Esse mais parece uma cama". Pela avaliação de Gonçalves, a urna custa por volta de R$ 10 mil. "Caixões naiconais de luxo custam em torno de R$ 5 mil", compara.

Apesar de indesejado, o caixão aumentou o movimento da funerária. "Eles vêem para conhecer a urna, só vista em filme americano. Já ofereci para levarem embora, mas a maioria não quer nem de graça", diz.

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Para o neto de Gonçalves, Manoel Messias da Silva, o único empecilho para não levar o caixão embora é a falta de espaço em casa. "Por mim ficava com ele, é bonito e parece confortável", pondera.