Após ter sido acusada, na CPI da Covid-19, de participar de um suposto "gabinete paralelo" de assessoramento ao presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a pandemia, a médica Nise Yamaguchi, em comunicado para a imprensa nesta terça-feira (28), negou mais uma vez a narrativa dos senadores da oposição. Em texto enviado aos meios de comunicação, ela afirma que nunca trabalhou com a operadora de planos de saúde Prevent Senior.
No texto, ela diz ainda que visitou o médico Anthony Wong e Enio Mainardi, atendidos pelo convênio da Prevent Senior, apenas na condição de amiga dos dois, sem ter participado do corpo de médicos responsável pelos casos.
"Ressalto que nunca fui pessoalmente à Prevent Senior participar de reuniões científicas ou buscar dados dos tratamentos ali realizados. E em nenhum momento orientei qualquer tratamento que seja a ser adotado por aquela entidade. O meu conhecimento a respeito dos dados técnicos da referida entidade e que me foram úteis nos meus estudos, apenas e tão somente, foram obtidos com as informações públicas e conversas entre especialistas", escreveu a médica, que é defensora do tratamento precoce contra a Covid-19.
* Leia a íntegra da nota da médica (os grifos e as maiúsculas são do original):
“Tenho recebido inúmeras manifestações que mostram a indignação de muitos brasileiros pela forma eu e muitos médicos com renomados currículos e notória experiência, estão sendo tratados e sofrendo brutais interferências no que diz respeito a relação médico paciente em relação aos tratamentos orientados a nossos pacientes de Covid-19
Não desanimarei. Não me calarei. Continuarei empenhada para que a VERDADE prevaleça. Esta NOTA À IMPRENSA merece ser divulgada com o mesmo destaque com que as MENTIRAS INDECOROSAS envolvendo o meu nome foram divulgadas para que todos os brasileiros possam saber em quem confiar e façam suas escolhas com LIBERDADE.
I. Não fui a médica responsável pelo tratamento do Dr. Anthony Wong e não faço parte do corpo clínico fechado do hospital por ele eleito. Todo o tratamento foi realizado com médicos do corpo clínico e plantonistas da UTI da Prevent Senior. Todas as visitas ao hospital onde o paciente estava internado foram na condição de sua amiga e depois que ele foi entubado, para prestar o apoio que me foi por ele e sua família solicitado. Não tenho também absolutamente nenhum envolvimento na elaboração de qualquer atestado de óbito.
II. No caso de Enio Mainardi, que também tive a honra de ser amiga, fui visitá-lo uma única vez no hospital da Prevent Senior de Higienópolis e igualmente não participei da elaboração do atestado de óbito.
III. Também NÃO participei do tratamento da mãe do Luciano Hang na Prevent Senior. Inclusive, nunca a conheci em momento algum.
Aliás, ressalto que NUNCA fui pessoalmente à Prevent Senior participar de reuniões científicas ou buscar dados dos tratamentos ali realizados. E em nenhum momento orientei qualquer tratamento que seja a ser adotado por aquela entidade. O meu conhecimento a respeito dos dados técnicos da referida entidade e que me foram úteis nos meus estudos, apenas e tão somente, foram obtidos com as informações públicas e conversas entre especialistas. Quanto à acusação de um suposto “Gabinete Paralelo” que aconselharia o Presidente da República de forma secreta e inadequada, isso nunca aconteceu. Cientistas foram convidados, apenas e tão somente, para, meramente, darem as suas opiniões. Ocasiões em que fui recebida com total respeito, simplicidade e ouvida com atenção.
Também como médica, na qualidade de voluntária e intuito de contribuir para a saúde do povo brasileiro em situação de emergência, fui ouvida na CPI da Covid durante 7 horas. Porém, diametralmente diferente, nesse ocasião fui muito mal recebida, tratada de modo desrespeitoso e sem qualquer atenção. Me ofereci como voluntária, por reconhecer que toda a sociedade estava (e continua) interessada e envolvida em encontrar a melhor forma de tratar a pandemia de Covid-19. Mas lá encontrei outro cenário que não preciso relatar: Todo o Brasil assistiu incrédulo a forma como fui desrespeitada nos meus direitos, vilipendiada na minha honra e atingida na confiança e imagem de médica competente e zelosa, construída nos 40 anos em que me dedico de corpo de alma à medicina.
Dra. Nise Yamaguchi
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