O índice de armazenamento de água no sistema Cantareira caiu para 8,1% neste domingo (21), segundo informações da Sabesp. Trata-se do menor patamar registrado desde que o "volume morto" passou a ser captado. No sábado (20), o nível do complexo aquífero estava em 8,2%. Na sexta (19), em 8,4%. Há uma semana (14), o reservatório se encontrava com 9,2% de sua capacidade preenchida.
O Cantareira atende, de acordo com a própria Sabesp, cerca de 8,1 milhões de pessoas na capital paulista e nos municípios de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Taboão da Serra, São Caetano, Guarulhos e Santo André.
O Sistema Alto Tietê - de onde sai a água de 3,1 milhões de moradores São Paulo, Arujá, Itaquaquecetuba, Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano, Guarulhos, Mauá, Mogi das Cruzes e Santo André - registra, neste domingo, índice de 12,6%.
Crise
Na sexta (19), a Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou sua retirada do comitê que assessora a gestão do sistema Cantareira, que passa por uma crise sem precedentes. Ligada ao governo federal, a agência propôs a dissolução do grupo, criado em fevereiro por representantes seus, do governo paulista, da Sabesp e dos comitês das bacias que alimentam o sistema.
De acordo com ofício assinado pelo diretor-presidente do órgão, Vicente Andreu, a saída leva em consideração "as manifestações do dr. Mauro Arce", secretário de Recursos Hídricos do Estado. Ele afirma que o secretário negou acordo, proposto por ele próprio ao grupo, para que a Sabesp reduzisse o volume de água que retira do Cantareira. E que a ANA deixa o comitê "especialmente" pela falta de novas definições sobre essa questão.
A agência defende a redução da vazão para poupar o sistema, mas, segundo especialistas, o governo não quer assumir esse compromisso para evitar o desabastecimento da região metropolitana.