Brasília O aquecimento global poderá elevar o nível dos oceanos na costa brasileira em 1,5 metro, aumentar a temperatura na Amazônia em até 8 ºC, diminuir a incidência de chuvas na região e transformar a floresta em cerrado até 2100. Por causa do calor, casos de doenças como febre amarela, malária e dengue devem aumentar. Essa é a projeção mais pessimista dos estudos divulgados ontem pelo Ministério do Meio Ambiente sobre os impactos da mudança climática no Brasil.
Oito estudos mapearam os efeitos do aumento da temperatura, usando desde maquetes gigantes da Baixada Santista para projetar os efeitos da elevação dos oceanos até dados atualizados do último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática). A ministra do Meio Ambiente Marina Silva defendeu que o governo federal prepare um plano de ação para adaptar o país às conseqüências do aquecimento. Essas conseqüências, segundo o próprio governo, são irreversíveis, mas podem variar em intensidade. "O processo que se avizinha é avassalador, é altamente preocupante", disse a ministra Marina Silva. "Defendo que o governo tenha um plano nacional, como foi feito para conter o desmatamento na Amazônia."
Segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do ministério, João Paulo Capobianco, o MMA "já tem uma proposta" de um plano de ação contra as mudanças climáticas, que depende de negociação com outros ministérios. Ela poderá ser apresentada "em três ou quatro meses", afirmou.
Um plano de enfrentamento da mudança climática incluiria tanto ações de adaptação (como mudanças no zoneamento em cidades litorâneas, que deverão perder terreno para o mar) quanto de mitigação.
O Meio Ambiente vê a redução do desmatamento amazônico como principal ação de mitigação. "O Brasil tem uma janela de oportunidade para enfrentar o problema. Tem uma matriz energética limpa e a maioria de suas emissões é por desmatamento, que é algo que governo e sociedade já estão combatendo", disse Capobianco.
O próprio ministério, no entanto, fez ressalvas ao resultado dos estudos. Segundo o governo, as conclusões "devem ser vistas como indicadores, não como fatos consumados". Por essa avaliação é preciso fazer mais pesquisas e melhorar as metodologias utilizadas, que apresentaram falhas e levaram a resultados divergentes. Além disso, o governo acredita que é preciso levar em conta a possibilidade de as políticas ambientais melhorarem anulando as previsões.
Os estudos divulgados ontem foram feitos por universidades e entidades de pesquisa contratadas pelo ministério em 2004.
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