O segundo dia de júri do caso Mércia Nakashima, encontrada morta em 2010, recomeçou na manhã desta terça-feira, no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. O delegado Antônio de Olim, que indiciou Mizael Bispo, é a primeira pessoa a ser ouvida nesta terça-feira e descreve todo o percurso feito pelo réu em seu carro com base no rastreador instalado no veículo. No primeiro dia de julgamento, o irmão da advogada Mércia Nakashima acusou Mizael da autoria do crime.

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Graças ao rastreador do automóvel e às ligações telefônicas feitas por Mizael é que o delegado chegou até Evandro Bezerra da Silva, coautor do crime, segundo a polícia. Segundo o delegado, havia uma distância de 10 a 14 km entre o rastreador do carro de Mizael no Hospital de Guarulhos e o celular que indica que Mizael recebeu uma ligação da filha às 21h20m na noite da morte de Mércia.

O delegado disse ainda que foi encontrado um sexto celular de Mizael, mas que estava em nome de outra pessoa.

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- Era um telefone frio usado só para falar com Evandro porque ele já estava planejando matar a Mércia - disse o delegado no júri.

Olim afirma que o vigia Evandro contou "tranquilamente" sobre o plano com Mizael. O pai de Mizael chegou a deixar o plenário durante o depoimento do delegado, mas depois retornou à sala.

O delegado afirma que Evandro confirmou encontros no posto de gasolina com Mizael e confessou que esteve com o réu por várias horas no dia do crime próximos à casa de Mércia.

Ele contou ainda que uma mulher se ofereceu para ser o "álibi" de Mizael para o crime, dizendo ser a prostituta com quem o acusado teria passado quatro horas na noite da morte de Mércia. Depois, ela foi à delegacia dizer que acreditava que Mizael havia matado Mércia. "Ela apareceu lá do nada", afirma o delegado.

Ainda nesta terça-feira, também devem ser ouvidos um advogado que acompanhou os primeiros depoimentos do Mizael e as cinco testemunhas da defesa: uma amiga de Mizael, dois peritos particulares e dois peritos das investigações.

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Mizael é acusado por homicídio triplamente qualificado. Ele alega ser inocente. O crime ocorreu em 23 de maio de 2010, numa represa em Nazaré Paulista. A advogada Mércia, sua ex-namorada, foi atingida dentro do carro por um tiro no rosto. Em seguida, o veículo foi empurrado para dentro de uma represa, onde, segundo a perícia, ela morreu afogada.

O motivo do crime seria, de acordo com a acusação, o fato de Mércia, então com 28 anos, não querer reatar o romance. O veículo de Mércia e o corpo dela foram encontrados, respectivamente, nos dias 10 e 11 de junho de 2010.