A União Maringaense dos Estudantes Secundaristas (Umes) decidiu desocupar um prédio pertencente ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) na Avenida Cerro, em Maringá. No 24º dia de ocupação, os jovens aceitaram a proposta do órgão de lhes ceder um espaço no mesmo local para reuniões. A saída só deve ocorrer no início da semana que vem, depois que os ocupantes consertarem os estrados que causaram.

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Para financiar os reparos, a Umes deve realizar ações, como "pedágios", pela cidade. O valor necessário ainda não havia sido levantado até o final da manhã desta quarta-feira (2). "Vamos pintar as paredes que foram pichadas e recuperar as portas e portões que estragamos", confirmou o vice-presidente da Umes, Vinícius Pereira.

O promotor do Ministério Público Maurício Kalache explicou que, pelo acordo, os estudantes poderão utilizar salas do prédio dedicadas à Vara da Infância e Juventude para encontros com agendamento prévio. Um espaço também será viabilizado para que o grupo armazene documentos. "Essa foi a forma legal que encontramos para que os estudantes consigam utilizar o local, conforme eles reivindicavam."

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Kalache lembrou que o prédio foi doado ao MP pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná e que, no documento que oficializou o trâmite, há uma cláusula que prevê a devolução do imóvel à Companhia caso seja cedido a terceiros. O documento impede o compartilhamento do espaço, conforme solicitava inicialmente a Umes.

Kalache pontuou que a utilização das salas não configura compartilhamento do espaço em termos jurídicos. "Assim, é como se o Ministério Público emprestasse as suas salas esporadicamente aos estudantes. Não vamos ceder o espaço, mas autorizar a sua utilização conforme nos for solicitado."

Vinícius Pereira afirmou que a solução é satisfatória para os estudantes. "Esse foi um passo importante para a conquista de espaços públicos destinados a jovens em Maringá." Em seguida, prometeu que a Umes promoverá no local eventos políticos e culturais para integrar jovens da cidade.

O promotor do MP defendeu que as negociações entre a Umes e o órgão foram importantes para a democracia em Maringá. "Acredito que a sociedade deveria prestar atenção na forma respeitosa como ocorreram os diálogos. Os estudantes se mostram maduros politicamente e abertos a conversas. E, acredito também, que o Ministério Público colocou em prática a postura de negociações que defende."