Invasão de terra, marchas, protestos, ocupação de sede do Incra, bloqueio de rodovias tudo isso fez parte do dia de manifestações organizado, ontem, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), no Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Os protestos ocorreram em vários estados. A data serve para lembrar o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, ocorrido em 1996. Os militantes também protocolaram um pedido de audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em Pernambuco, o MST realizou quatro ocupações de fazendas. Cerca de 800 famílias participaram das ações. Três ocupações foram realizadas na zona da mata do estado e uma no sertão. A situação de maior tensão ocorreu no município de Água Preta, onde os sem-terra quebraram a cerca e atearam fogo em parte da plantação de cana-de-açúcar. De acordo com o movimento, foi um protesto contra a monocultura, que devasta o meio ambiente. No lugar da área destruída, eles pretendiam plantar sementes de milho e feijão.
Em Minas Gerais, cerca de 200 integrantes do movimento ocuparam, durante a madrugada, uma fazenda localizada na área de uma antiga usina de açúcar e álcool, em Campos Gerais, no Sul do estado. Em Capitão Enéas, no Norte de Minas, outra propriedade rural foi ocupada por cerca de 80 famílias.
Em São Paulo, os manifestantes que ocupavam os escritórios do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) e da sede regional do Incra no Pontal do Paranapanema deixaram os prédios e marcharam para uma fazenda da região. A propriedade já estava ocupada por 100 famílias e o acampamento foi ampliado. No Rio de Janeiro, a Dutra e a BR-101 foram interditadas pelo movimento.
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