A diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, disse nesta terça-feira (23), em visita ao Brasil, que a luta contra o vírus da zika que desatou um alerta global será extensa e que novos casos são esperados.
“O vírus da zika é muito complicado, muito resistente, muito difícil, assim como o mosquito Aedes aegypti. Aprendemos com a dengue e os surtos de chikungunya no passado e devemos esperar que surjam mais casos, devemos esperar que seja uma longa travessia”, disse em Brasília após reunião com a presidente Dilma Rousseff e vários ministros.
Chan chamou o mosquito que transmite o vírus de “um inimigo formidável” e disse que nunca viu um governo e uma sociedade dar uma resposta tão rápida e de semelhante escala como a do Brasil.
O país tornou-se o centro global de uma epidemia que os especialistas relacionam ao aumento dos casos de microcefalia em bebês cujas mães teriam contraído zika durante a gravidez. Neste mês, mais de 220.000 militares foram às ruas informar a população sobre como combater os mosquitos e a aplicar larvicidas.
O país confirmou 583 casos de bebês com microcefalia desde outubro, contra uma média anual de 150, e investiga outros 4.107 bebês com um crânio menor que o normal, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta terça.
O ministério estimou em 120 os mortos pela má-formação. O número de casos é 14,7% superior ao informado no último boletim semanal do ministério.
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