Em recuperação após uma cirurgia de nove horas para remover um tumor cerebral, Anthony Kulkamp Dias, de 33 anos, comprova que o procedimento foi um sucesso. Com a saúde revigorada e à espera da alta nesta quarta-feira (3), ele lembra com perfeição do repertório que emocionou a equipe médica do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão (SC) , na quinta-feira passada, durante a operação em que ele cantou e tocou violão o tempo todo.
Vídeo: Assista a um momento da cirurgia em que Anthony toca violão e canta
De uma música autoral que compôs para o filho Emanuel, nascido há três meses, até o clássico sertanejo Telefone Mudo, passando por Roupa Nova, Beatles e canções em alemão, Anthony inovou na monitorização cerebral, em que médicos e paciente interagem para garantir que não ocorram lesões nas áreas sensoriais, motora e da fala durante procedimentos delicados.
Já no quarto descansando, o bancário e músico nas horas vagas natural de Braço do Norte conta que a ideia de cantar partiu dos cirurgiões, já conhecendo o histórico dele com a música.
“Foi muito emocionante, uma presença de Deus mesmo. Fui cantando o que vinha na cabeça e a primeira coisa foi essa homenagem ao meu filho. Depois cantei sertanejo, Beatles e no fim os médicos até pediram bis”, lembra.
Anthony descobriu o tumor no cérebro cerca de 15 dias depois do nascimento do filho, que ocorreu em Tubarão porque a família do bancário mora na cidade. A ideia era logo voltar para Monte Castelo, onde trabalha e vive com a esposa Tamara. Mas, depois de ter alguns lapsos de memória e gaguejar durante algumas conversas, ele decidiu investigar, fez uma tomografia e constatou a doença.
“A gente sabe que Deus está no comando de tudo, ainda mais agora com o nosso pequeno pra gente cuidar. Estou muito feliz com o resultado da cirurgia e com toda a equipe do hospital”, diz.
Esta foi a 19.ª cirurgia com monitorização cerebral do Hospital Nossa Senhora da Conceição e a primeira em que os testes habituais foram substituídos por música tocada pelo paciente.
A monitorização cerebral – importante para evitar que ocorram lesões nas áreas sensoriais, motora e da fala – ocorreu durante todo o procedimento. A cirurgia, disponibilizada apenas em hospitais de referência é um grande avanço na medicina, pois é possível fazer, de forma segura, um verdadeiro mapeamento do cérebro do paciente, evitando lesões que podem comprometer áreas importantes e refletir na qualidade de vida do paciente.
O médico Marcos Ghizoni fez a cirurgia juntamente com o neurocirurgião Dr. Michel Linne e o neurologista Franciel Linne, responsável pela eletroestimulação, auxiliados pela instrumentadora Keller Damian Preve.
Sem dor
O anestesiologista e diretor clínico do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Jean Abreu Machado, também participou da cirurgia, mantendo o jovem orientado e cooperativo com a equipe. Questionado quanto ao desafio em manter o paciente acordado neste tipo de procedimento, o médico ressaltou que é um grande desafio para toda equipe cirúrgica.
Normalmente as neurocirurgias são realizadas com o paciente sob anestesia geral, ou seja, inconsciência (dormindo) e ausência de dor, porém, quando o tumor está próximo a áreas com funções especiais do cérebro, como é o caso da fala, movimentação e sensibilidade, há o risco que estas funções especiais sejam perdidas, caso forem lesadas durante o procedimento.
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