A semana seguinte à divulgação dos primeiros resultados da Operação São Lucas foi de expectativa entre os servidores do HC. A Gazeta do Povo visitou a unidade e o tom é quase unânime: eles acreditam que haverá mais pessoas indiciadas.
“O fato não nos surpreendeu. O que surpreendeu foi a Operação [São Lucas], porque a gente achava que não tinha ninguém cuidando dos horários da ‘máfia branca’”, disse uma servidora. “Se for pegar todo mundo, vai ter muita gente enrolada”, completou.
O fluxo de médicos no hospital na segunda-feira (25) impressionou os funcionários ouvidos pela reportagem. O movimento nos corredores dava a entender que o expediente transcorria dentro da normalidade. Os servidores, no entanto, diziam que nem sempre foi assim. “Nunca se viu tanto médico aqui no HC”, disse uma funcionária administrativa. “Tem setor em que a gente nunca viu o médico. Até os seguranças do estacionamento estão impressionados com o número de carros [de médicos] que apareceram”, disse uma enfermeira.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o diretor do HC, Flávio Daniel Tomasich, disse que não se manifestaria sobre a Operação São Lucas e seus desdobramentos. A Associação Médica do Paraná, por sua vez, defendeu punição aos envolvidos, em caso de comprovação. “Toda profissão tem profissionais que podem se desvirtuar. Defendemos as investigações e, se as acusações forem comprovadas, que os responsáveis sejam punidos. Além disso, temos o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM) que pode investigar e, se preciso, até cassar o diploma dos médicos”, disse o presidente da instituição, João Carlos Baracho. O CRM-PR disse que só vai se manifestar após ter acesso ao conteúdo das investigações.
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