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A Gazeta do Povo esteve em vários hospitais do interior do Paraná para verificar o cumprimento da lei estadual sobre a disponibilidade de leitos do SUS. Diretores consultados informaram que as vagas estão sempre ocupadas e que uma placa com a informação seria inútil. Além disso, muitos hospitais não fazem internação direta – só atendem pacientes vindos de outras unidades, já com indicação médica de internamento e vaga reservada.

Em Londrina, no Norte do estado, nenhum dos quatro hospitais filantrópicos informa na recepção o número de leitos disponíveis. O Hospital do Câncer foi o único que disse ter conhecimento da lei e estar providenciando a placa para expor as informações.

Os nove hospitais que atendem pelo SUS em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, também não apresentam publicamente quantas vagas estão disponíveis. "Para a gente é difícil dizer quantos leitos estão livres. Há uma rotatividade muito grande durante o dia", ressalta Milene Ferreira Machado, do setor administrativo do Hospital Evan­­gélico.

O promotor de Saúde de Ponta Grossa, Fuad Faraj, acredita que a legislação estadual auxilia no controle das vagas. "Essa lei vem para evitar que ocorra sonegação de vagas nos hospitais. Já presenciei diversas cenas em que os hospitais afirmam que não têm leitos para a saúde pública, obrigando o paciente a se internar no plano particular", enfatiza o promotor.

Dentro da lei

No Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, as informações sobre o total de leitos de cada especialidade e a ocupação diária são disponibilizadas em painéis colocados nas recepções do ambulatório e do pronto-socorro. Os dados são atualizados pela equipe de enfermagem diariamente pela manhã. A rotina foi adotada há mais de um ano a pedido da prefeitura. Segundo a direção, internamente, os dados ajudam no direcionamento dos pacientes e têm como objetivo principal a transparência na prestação dos serviços de saúde.

O Hospital Bom Jesus, em Toledo, mantém um quadro em sua secretaria para mostrar o número de leitos disponíveis ao SUS. A cada novo internamento o quadro é alterado, e quando a cota chega ao limite, o Ministério Público é acionado para informar sobre a falta de vagas.

Colaboraram os correspondentes Fabiula Wurmeister, Diego Antonelli, Juliana Gonçalves e Luiz Carlos da Cruz.

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