Petrolina, PE (AE) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou ontem, pelas cidades vizinhas de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), uma viagem por sete municípios do Nordeste. Mais uma vez com discurso de candidato à reeleição, Lula disse ser o presidente que mais fez pelos pobres na história do país e cutucou os adversários. Numa referência à disputa entre o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra pela candidatura do PSDB à Presidência, afirmou que os adversários podem brigar, mas ele tem que governar.
Nos dois discursos que fez, em Juazeiro e Petrolina, o presidente usou 12 vezes a palavra "pobres" que formam o principal alvo de medidas recentes anunciadas pelo governo, como a redução dos impostos cobrados no material de construção. "Eu duvido que desde o dia em que o Brasil foi descoberto teve algum governo que cuidou mais dos pobres da Bahia do que nós estamos cuidando neste governo. Duvido", desafiou Lula, no pronunciamento que fez ao visitar obras da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) em Juazeiro.
"Fazemos isso para provar que o que norteia a nossa cabeça não é a visão mesquinha ou pequena da disputa menor", prosseguiu Lula, em discurso de improviso. "O que permeia a minha cabeça e a cabeça do meu governo é a visão republicana." No palanque montado para a solenidade estavam o governador da Bahia, Paulo Souto, e o prefeito de Juazeiro, Mizael Aguilar, ambos do PFL. "Nós não queremos saber de que credo religioso é o governador ou o prefeito, para que time que ele torce. Nós queremos saber que, independentemente de ter divergência entre presidente e governador, presidente e prefeito, o povo merece o respeito de todos os entes federativos", disse Lula.
Depois da visita a Juazeiro, o presidente atravessou a ponte que leva ao outro lado do Rio São Francisco, onde fica Petrolina. Lá, em rápida entrevista à imprensa, Lula disse que não está preocupado com a disputa interna do PSDB. "A única coisa que peço a Deus e peço aos políticos é que quem quiser brigar que brigue, mas me permitam governar o país até o final do meu mandato, porque tem muita coisa boa para acontecer para este povo do Brasil", declarou.
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