Um protesto organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa do ônibus municipal do Rio de Janeiro terminou em confronto entre policiais militares e ativistas nesta quinta-feira (6). Conforme a Agência Estado, muitos manifestantes estavam mascarados.
O ato começou ao redor da igreja da Candelária, no centro da cidade, por volta das 17h30. Uma hora depois, cerca de 400 manifestantes saíram em passeata pela avenida Presidente Vargas rumo à estação ferroviária Central do Brasil.
A caminho da estação, aos gritos de "não vai ter Copa", dezenas de ativistas mascarados promoveram momentos de correria. Um cinegrafista, da TV Bandeirantes, foi ferido na cabeça por estilhaços de uma bomba enquanto filmava o protesto. Levado ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, ele foi submetido a cirurgia. Segundo informações do Bom Dia Brasil, da TV Globo, o estado dele é grave e ele sofreu afundamento do crânio. Segundo a reportagem, veiculada na manhã desta sexta-feira (7), ainda não há certeza se a bomba partiu de manifestantes ou da polícia.
Pulando a roleta
Quando os manifestantes chegaram à Central, eles subiram nas roletas e incentivaram os passageiros a passar por elas sem pagar. Até então os policiais que acompanhavam a manifestação não interferiram.
Mas ao contrário das outras duas manifestações mais recentes, em que incentivaram os usuários a pular e não pagar a passagem sem quebra-quebra, desta vez um grupo arrancou uma roleta enquanto outro quebrou vidros de uma das lojas no saguão da estação, conforme a agência.
Comerciantes fecharam as portas de suas lojas e o tumulto aumentou. Nesse momento, os policiais atacaram os manifestantes, usando cassetetes. A maioria dos ativistas pulou as catracas novamente e fugiu rumo à rua.
Em seguida, um grupo tentou voltar ao saguão, e a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo. Embora o pé direito do prédio seja alto, o gás se espalhou rapidamente e centenas de passageiros e ativistas correram para a rua.
Balanço
Os confrontos se espalharam pelas imediações do prédio da Central do Brasil (onde também funciona a Secretaria Estadual de Segurança) e só foram controlados cerca de uma hora depois. O comércio fechou e a avenida Presidente Vargas ficou interditada no sentido zona norte. Muitos passageiros procuravam abrigo, tossindo após inalar gás pimenta. Ao longo da avenida Presidente Vargas, pelo menos cinco pontos de ônibus foram destruídos e dezenas de sacos de lixo foram incendiados.
Até as 20h45 não havia balanço de presos ou feridos. A reportagem da Agência Estado flagrou três pessoas sendo atendidas pelos bombeiros - uma desmaiada e duas com problemas respiratórios.
A tarifa do ônibus passará de R$ 2,75 para R$ 3 no próximo sábado (8).
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