Fique atento
Veja as orientações do delegado Vilson Alves Toledo, da Delegacia de Crimes contra a Economia e Defesa do Consumidor, na hora de contratar um profissional:
> Sempre faça contrato de prestação de serviço.
> Especifique todos os serviços no contrato. No caso de fotografias e filmagem, orienta-se especificar como vai ser o serviço, quantas fotos serão entregues, que tamanhos elas terão e se o álbum está incluído.
O que for pago deve ser posto no papel.
> Sempre pegue recibo dos pagamentos efetuados.
> Desconfie quando o preço é muito abaixo do mercado.
> Contrate empresas que tenham referências.
Clientes de um estúdio fotográfico de Curitiba estão preocupados com a possibilidade de ficar sem as fotos do casamento. Na sexta-feira, o fotógrafo Albari Ferreira fechou o estúdio, no bairro Alto da XV, e no fim de semana todos os equipamentos foram retirados do local, segundo a Delegacia de Crimes contra a Economia e Defesa do Consumidor. Desde então ele está desaparecido. "Todos os indícios são de que houve, em tese, a obtenção de vantagem indevida em prejuízo alheio", diz o delegado Vilson Alves Toledo, que abriu um inquérito para apurar o caso.
Pelo menos 20 clientes registraram boletim de ocorrência, mas o número de lesados pode chegar a 50, conforme uma lista que está sendo feita em uma loja vizinha ao estúdio. Entre as queixas estão as de casais que pagaram e não receberam as fotos. Há também a denúncia de que Ferreira teria gerado boletos bancários indevidos. O delegado diz ainda que fornecedores e profissionais que prestavam serviços para o fotógrafo reclamam de falta de pagamento. Segundo Toledo, até agora a ação se caracteriza como estelionato, com pena prevista de 1 a 5 anos de reclusão e multa.
No site de Ferreira há a informação de que ele está há 20 anos no mercado fotográfico. No sábado, ele trabalhou em um casamento em Joinville (SC). Segundo a contratante, a equipe foi atenciosa e explicou que não estava conseguindo atender o telefone nos últimos dias. A reportagem está desde a terça-feira da semana passada tentando entrar em contato com Ferreira, mas sem sucesso.
Sem retorno
A assistente administrativa Renata Francielli Gentil vai se casar em 27 de novembro. Ela diz que pagou R$ 3,5 mil a Ferreira, mas que o nome do noivo foi colocado em serviços de proteção ao crédito, pois o estúdio teria lançado boletos indevidos. O fotógrafo fez uma declaração de que não havia débitos, mas o casal foi informado que só a empresa poderia retirar o nome do cadastro. "Na segunda-feira voltamos ao estúdio e não tinha ninguém", conta Renata.
Segundo uma assistente jurídica que não quer ser identificada e que vai se casar em outubro, Ferreira apresentava um bom material e preço atraente. "Em nenhum momento ficamos desconfiados", diz. Uma jovem que casou em outubro reclama que só tem as fotos feitas pelos convidados. Ela recebeu as fotos de Ferreira, mas em baixa resolução.
Quando chegou ao estúdio e viu que o escritório estava fechado, a autônoma Priscila Machado Galvão foi em busca de outros profissionais para seu casamento, no próximo sábado. "Fiquei desesperada. Comecei a desconfiar, mas não imaginava que ele iria sumir." Priscila telefonava e mandava e-mails para o fotógrafo, mas não tinha retorno. Ao fechar o contrato, em março, ela não notou nada de estranho. Além disso, o preço era de R$ 2 mil, enquanto a média no mercado era de R$ 2,5 mil.
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