Amazonas
Rio Negro bate recorde de estiagem
Agência Estado
O Rio Negro estava ontem cinco centímetros abaixo da marca da maior estiagem, em 1963. A régua ao lado do porto mais popular de Manaus marcou 19,34 metros, contra os 19,39 de 14 de setembro daquele ano. Em Manaus, não chove há quase duas semanas.
O nível do Rio Solimões continua aumentando: foram mais de 15 centímetros de segunda-feira para ontem de 16 centímetros para 33. "Não podemos dizer ainda se é o resultado das chuvas na região de Tabatinga há quatro dias. Nos próximos dias pode voltar a descer", disse Daniel de Oliveira, geólogo do Serviço Geológico do Brasil.
Segundo ele, se o Solimões continuar subindo depois dessa fase de repiquete, em 15 a 20 dias, quando o efeito sobre o Solimões chegar ao Rio Negro, esse poderá começar a subir também. Até aqui, o efeito da seca do Rio Negro é visível em Manaus. Depois da escola, crianças jogam futebol no leito do igarapé do Quarenta, o mais central de Manaus. O "quintal" das casas, normalmente inundado pelas águas, agora é um espaço coberto de lixo.
Produtores rurais e indústrias de açúcar da Região Noroeste passaram o dia ontem tentando calcular os prejuízos deixados por um incêndio ambiental que devastou cerca de 1,5 mil alqueires (cerca de 3,6 mil hectares) de área dos municípios de Santa Mônica, Santa Isabel do Ivaí e Loanda. O tempo seco e os ventos fizeram com que o fogo se espalhasse rapidamente, atingindo uma fazenda e matando 32 cabeças de gado. Outras 20 precisaram ser sacrificadas, deixando prejuízo de aproximadamente R$ 200 mil. Uma grande plantação de cana também foi atingida e a usina proprietária concentrará esforços para moer a produção e evitar perdas ainda maiores.
A Defesa Civil da regional de Paranavaí informou que o fogo só foi controlado ontem porque choveu na região, após 20 dias de seca e baixa umidade do ar.
"Tenho essa fazenda há 11 anos e nunca vi nada parecido. Não sei o que vou fazer agora", desabafou o pecuarista Mário Campana, proprietário do gado morto. A Usaçucar, proprietária do canavial de 800 alqueires que também pegou fogo em Santa Mônica, irá concentrar todas as frentes de trabalho nos próximos dez dias para cortar e moer a cana queimada. Segundo a responsável pelo planejamento agrícola da usina, Elca Soares, o desafio será concluir essa etapa da colheita em tempo recorde, já que em ritmo normal o processo de corte e moagem levaria 47 dias. "Temos quatro frentes de corte e estamos deslocando todas para área atingida. A usina de Cidade Gaúcha vai ficar responsável pelo processamento", explicou Elca.
Apesar dos esforços, uma parte menor da plantação de cana não estava em tempo de colheita e será perdida. Mesma situação que vive o produtor Valdemir Palmieri, dono da plantação de 1,5 mil pés de laranja, também destruídos pelo incêndio. "Perdi essa safra, que estava quase na hora da colheita, e a futura, que já havia brotado", contou.
A prefeitura de Santa Mônica, município mais atingido, passou o dia registrando os prejuízos para organizar a ajuda que será necessária e deve pedir auxílio do governo contra catástrofes.
Luiziana
Outro grande incêndio, em Luiziana, também na Região Noroeste, destruiu 300 alqueires de palhada e plantações de trigo, queimou cerca de 300 metros de tábuas e ripas de duas serrarias e fez uma creche dispensar todos os 100 alunos, também na segunda-feira. Antônio Haneh, proprietário de uma das serrarias, acredita que os prejuízos ultrapassem R$ 90 mil.
Colaborou Dirceu Portugal, correspondente em Campo Mourão
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião