No dia do cinquentenário da capital do país, os brasilienses fizeram da Esplanada dos Ministérios um parque recreativo. Os espelhos d’água do Mu­­seu da República e do Congresso Nacional viraram piscinas públicas (com a leniência de policiais), os gramados foram usados como rampas para "skibunda" e aqueles que não quiseram se molhar nem se sujar de terra puderam acompanhar a programação de shows que começou no início da tarde e seguiu noite adentro, com Os Paralamas do Sucesso, Daniela Mercury, Milton Nascimento e outros artistas populares. Segundo estimativas da Polícia Militar, cerca de 650 mil pessoas ocuparam cada metro quadrado da Esplanada.

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Entre elas, a balconista Gláu­cia Barbosa, que acompanhava dos gramados o banho tomado por seu filho e colegas no espelho d’água do Congresso Na­­cional. "É de graça, por conta do governo", disse. Qual o maior presente para Brasília nesses 50 anos?, perguntou a reportagem. "Seria o Arruda ainda estar preso", disse Gláucia, se referindo ao ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, preso neste ano por suspeitas de corrupção.

Visitas guiadas

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O aniversário fez crescer o interesse pelas visitas guiadas ao Congresso. Os passeios, que geralmente ocorrem de 30 em 30 minutos, foram feitos de 20 em 20, para atender ao maior número de gente. "Foi bem rápido, não nos deixaram ver muita coisa. Nem fomos ao plenário. Mas valeu a pena", disse a vendedora Maria Lidiane.

Para o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, um dos pontos altos da festa foi a presença do público. Ele lamentou, no entanto, a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É o último ano dele como presidente. Brasília merecia uma aparição do chefe do Executivo, ao menos."

Não teve Lula, mas teve Herbert Viana. Enquanto o líder do Paralamas cantava "Que país é este?" para a multidão, o pioneiro Benedito José de Carvalho, 71, comentava: "Vim aqui na época da construção, ajudei a erguer o Con­gresso. Falaram que não era possível, que a cidade não ia ficar pronta, mas veja só, como ficou isso aqui depois de 50 anos..." Enganaram-se todos. A prova está aí para todos verem.