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A MICROCIDADE

Nos fins de semana, a praça é nossa

Nova Aliança do Ivaí tem uma bela cachoeira, um campo de futebol ajeitado, cinco bares, uma praça com parquinho. E só. Cinema, restaurante, espaço para dançar? Só encarando os 20 quilômetros até Paranavaí ou viajando para festas em cidades próximas.

Baile mesmo, dos bons, só duas vezes por ano. O primeiro é em abril, como parte da festa anual da comunidade, quando também há um dos churrascos de igreja mais famosos da região. O outro é em dezembro, para comemorar a formatura dos alunos da 8.ª série do Colégio Estadual Caetano Munhoz da Rocha. O espaço dos dois eventos é o mesmo, um galpão ao lado da igreja. Entre a juventude, comenta-se que não há mais bailes por causa dessa proximidade ao templo, um lugar que exige respeito.

Sem um local específico para ouvir música e dançar, a praça vira o ponto de encontro. O som começa a partir de sábado à tarde, vindo de carros com alto-falantes potentes, que se revezam entre vários estilos musicais – do rock alternativo do Killers ao vanerão do Gaúcho da Fronteira. Na semana passada, quem começou o barulho foi Osmir de Souza, 29 anos, dono de um Kadett equipado com um aparelho de som avaliado em R$ 4 mil. Ele e dois colegas aproveitavam a tarde de sábado para jogar conversa fora e tomar cerveja. "Aqui é difícil de encontrar outra coisa para fazer", justifica Souza.

Embalada pela música, a praça acaba se transformando na zona de paquera da cidade. Namorar num município com 1.400 habitantes, porém, é complicado. "Não tem muita mulher e todo mundo por aqui acaba que sendo meio parente, ou parente de amigo", explica Leandro Batista da Silva, 22 anos. Curiosamente, Osmir estava de olho na prima dele.

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