| Foto: Fabio Conterno/Gazeta do Povo/Arquivo

Peritos da Polícia Federal (PF) se deslocaram de Brasília para a região Oeste do Paraná onde trabalharam nos três primeiros dias da semana em novos exames nos corpos dos sem-terra Leonir Orbach e Vilmar Bordim, mortos em um suposto confronto com policiais militares no dia 7 de abril nas terras da empresa Araupel, em Quedas do Iguaçu. Havia dúvidas levantadas pela defesa dos sem-terra sobre o primeiro laudo. O novo laudo só ficará pronto dentro de 30 dias, preliminarmente, porém, a informação da Polícia Federal é de que os exames devem mesmo confirmar o primeiro, feito pelo IML (Instituto Médico Legal) de Cascavel.

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O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) questionou o primeiro laudo que apontou que ambos os sem-terra morreram com apenas um tiro. Integrantes do movimento afirmaram que Orbach também havia sido baleado na cabeça. “As respostas definitivas só virão com a apresentação do laudo, que deve estar pronto dentro de 30 dias. A priori aquelas suspeitas não se confirmam”, afirmou o delegado Celso Mochi, da Polícia Federal.

No caso de Bordim, o delegado informou que o projétil não foi encontrado porque estilhaçou. “Foram encontrados somente vestígios desse projétil, de maneira que não é possível um confronto balístico nesse caso”, afirmou Mochi.

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Os sem-terra envolvidos no confronto se recusaram a prestar depoimento no inquérito da Polícia Civil, mas participaram das oitivas da Polícia Federal. Segundo o delegado, ainda restam alguns depoimentos que serão prestados antes da conclusão do inquérito, mas principalmente os laudos da reconstituição e da nova necropsia.

Sobre possíveis indiciamentos de policiais no inquérito, o delegado afirmou que somente com o fim das investigações será possível afirmar ou descartar a hipótese. “Agora não tenho condições de afirmar isso, nem dizer o contrário também”, destacou.

Durante a suposta troca de tiros, os policiais militares dispararam mais de 120 vezes contra os sem-terra. O delegado afirmou que tecnicamente isso pode ser caracterizado como “excesso da legítima defesa”. A PM afirmou que apenas revidou os disparos dos sem-terra que teriam atirado primeiro.

Os corpos dos sem-terra foram sepultados novamente após os novos exames em Três Barras do Paraná e Francisco Beltrão.

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