Uma nova cirurgia cardíaca que antes só era feita na Alemanha, agora já pode ser feita gratuitamente, pelo SUS, em Curitiba. Reportagem do Bom Dia Paraná mostra que a equipe de médicos da Santa Casa da capital já domina a técnica de transplante de válvula do coração, que vai ajudar as pessoas que precisam da cirurgia e sofrem com os problemas causados pela rejeição.

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As lembranças dos problemas no coração de Marcos de Oliveira ficaram apenas nas fotos. Aos 8 anos, o garoto descobriu uma doença grave no principal músculo do corpo. Tinha fortes dores no peito, falta de ar e não podia fazer pequenos esforços. A única solução era o transplante de válvula.

A cirurgia foi feita quando Marcos tinha 12 anos e pesava 30 quilos. Hoje, dois anos mais tarde, ele ganhou peso e uma nova vida. No quintal da casa simples, em Piraí do Sul, no interior do estado, joga bola, anda de bicicleta, brinca com os amigos.

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Marcos foi uma das primeiras pessoas no mundo a fazer o transplante a partir da nova técnica desenvolvida por médicos paranaenses e alemães. O objetivo é acabar com a rejeição das válvulas no organismo.

Existem três maneiras de fazer o transplante: usando válvulas de doadores humanos, animais ou próteses metálicas. Mas nos três casos o paciente pode rejeitar a nova válvula e terá de fazer outras operações.

Em Curitiba existe o único banco de válvulas do país, com mais de 300, congeladas a quase 200 graus negativos. Os médicos usam um processo químico para retirar todas as células da válvula do doador. A principal vantagem é que, quando é feito o implante no coração, as células do próprio paciente se multiplicam e ele não sofre rejeição.

Esse tipo de transplante só é feito em Curitiba e na Alemanha. Até agora a cirurgia pioneira foi feita em 50 pessoas, e segundo os médicos, todas passam bem.

A equipe de médicos da Santa Casa de Curitiba e os pesquisadores da Universidade de Humboldt, na Alemanha, criaram um novo método de transplante que é um avanço maior para quem precisa fazer o transplante de válvula.

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No mês passado foi feita na Santa Casa a primeira cirurgia da América em que o paciente já recebe a válvula com as células do próprio corpo. Com isso, as chances de rejeição são ainda menores e a expectativa dos médicos é que o paciente não volte a ter problemas no coração.

Antes do transplante, os médicos retiram as células de partes da veia safena e as implantam na válvula a ser transplantada. Ou seja, o coração do paciente já recebe a nova válvula com o próprio material genético.

O mecânico Sebastião Florêncio, de 35 anos, fez a cirurgia com sucesso e tem orgulho de ser o pioneiro no país. Além dele, apenas outras 23 pessoas fizeram esse transplante na Alemanha e no Japão.

Assista à reportagem em vídeo do Bom dia Paraná