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Entrevista

Nova delegada da Homicídios quer delegados em todos os locais de morte em Curitiba

Desde a última semana, a Delegacia de Homicídios tem uma nova delegada titular. Vanessa Alice é a primeira mulher a assumir o cargo | Aniele Nascimento / Arquivo Gazeta do Povo
Desde a última semana, a Delegacia de Homicídios tem uma nova delegada titular. Vanessa Alice é a primeira mulher a assumir o cargo (Foto: Aniele Nascimento / Arquivo Gazeta do Povo)
Região de Curitiba concentrou mais da metade dos assassinatos no terceiro trimestre de 2011 |

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Região de Curitiba concentrou mais da metade dos assassinatos no terceiro trimestre de 2011

Operações conjuntas com a Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) e a presença dos delegados em todos os locais de morte. Estas são duas medidas que a delegada Vanessa Alice pretende estabelecer na Delegacia de Homicídios (DH). Desde a última semana, ela substitui o delegado Hamilton da Paz no comando da DH. Ela é a primeira mulher a ocupar o cargo de chefia na Homicídios.

Vanessa assume a delegacia em um momento em que os números da violência têm batido recorde em Curitiba e região (RMC). Nos dois primeiros meses do ano, 411 mortes violentas foram registradas. Apenas na capital, são pouco mais de 200 crimes fatais cometidos em janeiro e fevereiro. Para a delegada, o uso de entorpecentes e o aumento populacional são os principais fatores ligados aos índices elevados de mortes. Ela já trabalhou por três anos na DH. Desde 1997, quando entrou na Polícia Civil, também passou pela Delegacia do Adolescente, Estelionato e Roubo de Cargas, 1º e 7º Distritos Policiais e Cope. Nestes locais, sempre atuou como delegada operacional ou adjunta. Vanessa recebeu a reportagem da Gazeta do Povo On-line na sede da DH, no Centro de Curitiba, e conversou sobre o aumento da violência na capital e os principais objetivos que possui ao assumir a nova função. Confira a entrevista:

Quais são os principais desafios ao assumir a Delegacia de Homicídios?A delegacia trabalha exclusivamente com crimes contra a vida. O objetivo é a proteção da vida e este é o nosso principal bem. É uma delegacia de suma importância entre as unidades policiais da cidade. Inicialmente meu maior desafio é organizar as equipes para continuar o trabalho que estava sendo realizado. Eu pretendo implantar a presença do delegado de polícia nos locais de crime, porque eu entendo que, dessa forma, nós conseguimos um maior índice de elucidações.

Os dois primeiros meses do ano registraram índices recorde de violência em Curitiba e região. Como a senhora enxerga este quadro? Existe algum tipo de meta de redução estabelecida?Eu atribuo o aumento no número de homicídios ao crescimento da população e ao uso de substâncias entorpecentes. A violência está relacionada a isso. O crack está vitimando várias pessoas e famílias. Estas são as maiores causas para os crimes na capital. Eu pretendo, no decorrer do trabalho, realizar operações em conjunto com o Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos) para tentar coibir o uso de entorpecentes que está diretamente ligado aos homicídios.

Além do aumento no número de mortes violentas, percebe-se que mulheres e jovens estão se envolvendo mais com esses crimes. Em sua opinião, por que isso ocorre?Realmente está crescendo o número de jovens, adolescentes e mulheres como autores e vítimas dos crimes. Como já disse, muitas destas pessoas estão ligadas às drogas. Algumas mulheres são companheiras de homens com histórico de tráfico de drogas e acabam participando ativamente das atividades irregulares. Isso contribui bastante para esta taxa de participação nos homicídios.

Como avalia os primeiros dias no comando da delegacia?Houve uma transferência de muitos delegados e investigadores daqui (Delegacia de Homicídios) para o Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) e vice-versa. Nestas primeiras semanas, buscamos reformular as equipes, trazer delegados novos, enfim, montar esta nova equipe da delegacia que vai trabalhar daqui para frente. Depois, já com tudo certo, vamos estipular os objetivos, como, por exemplo, a presença do delegado no local de crime. Também teremos equipes de investigação que vão permanecer na delegacia aguardando as ocorrências para atendimento.

Como será a relação da senhora com a imprensa?Normal como sempre foi. Eu já trabalhei com os jornalistas em outras ocasiões, inclusive aqui na Homicídios. A imprensa só contribui com o trabalho da polícia. Muitas vezes, até passa informações importantes para a elucidação dos crimes. Não haverá nenhum problema.

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