Os materiais apreendidos nos computadores e nos imóveis do advogado e ex-assessora parlamentar Marcos Colli, preso na última segunda-feira sob suspeita de estupro de pelo menos três crianças, deram início a uma nova investigação por parte do Ministério Público (MP). Segundo o delegado do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Alan Flore, o número de possíveis vítimas é "expressivo". Colli foi exonerado do cargo que ocupava na Câmara Municipal de Londrina e perdeu a presidência do Partido Verde (PV) em Londrina.
"Essa nova investigação foi iniciada a partir do cumprimento dos mandados de busca e apreensão e da prisão do Marcos Colli. O caso ganhou outra amplitude. O que era grave ficou pior ainda."
Sem entrar em detalhes, já que o processo corre em segredo de Justiça, o delegado confirmou que novos depoimentos devem ser solicitados pelo MP nos próximos dias.
Colli foi preso quando saía de uma agência bancária dentro do prédio da prefeitura de Londrina. Ele é suspeito de ter cometido crimes sexuais contra crianças.
A prisão foi decretada depois dele não comparecer para depoimentos solicitados e de buscas realizadas pela polícia em computadores e nos imóveis dele. Brinquedos e peças de roupa infantil estão entre os itens apreendidos. A investigação também se dá em torno de perfis "falsos" nas redes sociais que seriam do investigado.
"Repugnante"
Diante de perícias de computadores e outros objetos apreendidos, a reação dos investigadores do Gaeco é de estarrecimento. "A situação já era grave e as apreensões e perícias realizadas trouxeram provas robustas ao que está sendo investigado", declarou Flore. "Em toda minha carreira de delegado nunca vi algo tão repugnante", completou sem dar maiores detalhes, já que a investigação corre sob segredo de Justiça.
O número de vítimas pode passar de dez crianças. Colli está preso preventivamente em uma sala no quartel do Corpo de Bombeiros. A defesa do ex-presidente do PV estuda ingressar com um pedido de habeas corpus.