Parecia, inicialmente, um problema simples, fácil de resolver. Bastava interditar a ponte sobre a Represa do Capivari, na altura da cidade de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, e fazer algumas obras de reparo. Isso foi em outubro de 2012. Uma inspeção mais cuidadosa relevou, contudo, que o problema é grave e que a estrutura não mais poderia ser usada. Desde então, os motoristas que seguem pela BR-116, indo da capital paranaense para São Paulo, precisam dividir espaço com os veículos do fluxo contrário.
"Um pilar está andando", conta Eneo Palazzi, diretor superintendente da Autopista Régis Bittencourt, concessionária responsável pela rodovia. O deslocamento já teria 40 centímetros. Ele argumenta que foi malfeita a reconstrução da ponte, inaugurada em 2006. A fundação estaria sobre uma área de instabilidade geológica.
Para solucionar o problema, foram realizados estudos que apontaram quatro alternativas e, entre elas, construir uma nova ponte seria mais barato e seguro. Uma parte deve ser sustentada por uma armação estaiada. A empresa informou que fará fundações adicionais nos pilares para permitir o apoio para a construção de uma estrutura de concreto junto ao tabuleiro da ponte existente, que tem 120 metros de extensão e fica a 55 quilômetros de Curitiba. Demolições ainda não estão definidas.
Sem previsão
A obra não está prevista no contrato de concessão da Régis Bittencourt à iniciativa privada. De acordo com o superintendente da concessionária, a nova estrutura deve custar R$ 40 milhões e teria baixo impacto "alguns centavos", disse Palazzi na tarifa cobrada. A execução do projeto exige alteração contratual.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que regula as concessões federais de rodovias, confirma que a nova ponte sobre a Represa do Capivari foi aprovada e que a obra deve começar ainda em 2014. O prazo para a construção é de um ano. A ANTT não informou se pretende responsabilizar as empresas que reconstruíram a estrutura nem como será o cálculo para incluir na tarifa o valor da obra na ponte. Hoje, quem percorre os 400 quilômetros da BR-116 entre Curitiba e São Paulo passa por seis praças de pedágio, ao custo de R$ 1,80 em cada, para automóveis.