Brasília Alvo até agora de representações do PSol, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), será denunciado também pelo segundo maior partido da Casa. Os dirigentes do DEM vão pedir nesta semana ao Conselho de Ética que investigue a suspeita de que o peemedebista é dono oculto de duas emissoras de rádio de Alagoas que valem cerca de R$ 2,5 milhões. Segundo a revista Veja, até dois anos atrás o presidente do Senado também era dono de um jornal, avaliado em R$ 3 milhões. As empresas estariam em nome de laranjas.
O líder do DEM, senador José Agripino (RN), afirmou que vai reunir a bancada na terça-feira para formalizar o pedido de investigação contra Renan. "Pedi ao setor jurídico do partido a elaboração de uma representação. Acertei isso com o presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), e agora quero ouvir a bancada para que a atitude seja do partido", explicou.
Na avaliação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a denúncia de agora é a mais documentada. Ele lembrou que, na primeira acusação a que teve que responder de que teria contas pessoais pagas pela empreiteira Mendes Júnior , o próprio Renan se encarregou de complicá-la, ao se defender apresentando documentação suspeita de ser fria. "Mas este caso já vem pronto" afirma, referindo-se ao último episódio.
"Como é que a empresa de rádio foi parar nas mãos do filho de Renan?", questionou, em referência à informação de que um dos laranjas do peemedebista, o funcionário do Senado Carlos Santa Ritta, transferiu sua participação para Renan Calheiros Filho, o Renanzinho, prefeito da cidade de Murici (AL).
Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores do processo que já tramita contra Renan no Conselho de Ética, também reconhece que as novas denúncias são graves e que precisam ser investigadas. Para ele, a comissão de que faz parte pode avaliar as novas denúncias. "Há uma correlação entre elas, uma vez que se discute o patrimônio do senador", afirmou.
Afastamento
Enquanto cumprem os trâmites burocráticos para dar seqüência às investigações, os senadores prometem manter Renan sob pressão.
Partidos de oposição ameaçam bloquear a pauta de votação caso o senador não se afaste do comando da Casa. Agripino avisou que vai conversar com os colegas do PSDB e do PDT para que nada mais seja votado sob a presidência do peemedebista.
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