A Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) lançou ontem o edital para a emissão de 750 novas licenças de táxi, que devem ser destinadas preferencialmente para os taxistas que já atuam nas ruas da capital, mas não são donos das permissões. A previsão é que pelo menos 3 mil pessoas apresentem propostas para adquirir as placas.
O número de interessados é justamente um dos fatores que pode fazer com que os novos veículos não sejam vistos em meio ao trânsito de Curitiba tão cedo. A análise das propostas começará no dia 28 de outubro, mas a Urbs não prevê um prazo para que a classificação final seja divulgada o que vai depender da demanda de trabalho da Comissão Especial de Licitação instaurada para acompanhar o processo. E, depois de finalizada a análise e contatados os vencedores, cada taxista terá ainda dois meses para apresentar seu veículo, prazo que poderá ser prorrogado por mais outros dois meses.
Apesar de não citar datas, o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior estima que os novos táxis estarão em operação no início do ano que vem, ainda no primeiro trimestre. Com as novas placas, o número da frota passará para 3.002 veículos atualmente, são 2.252 permissões.
É provável que a maior parte dos donos das novas licenças seja formada por motoristas que já atuam como taxistas. O principal critério para a escolha dos permissionários será o tempo de experiência, contado em dias, como condutor de táxi em Curitiba. Quanto mais tempo de serviço o interessado tiver, mais pontos ganha. Além disso, saem na frente quem tiver o menor número de multas já recebidas na carteira de habilitação e o veículo mais novo. Cada condutor receberá pontos conforme estes critérios e os 750 melhores classificados terão direito às novas placas.
"Partimos do princípio de que o taxista que tem mais tempo de experiência está em melhores condições de atender o usuário, assim como aquele que tem menos multas e possui um veículo mais novo. Esses são os critérios definidores da qualidade do serviço e da satisfação do usuário", afirmou o diretor de Transportes da Urbs, Rodrigo Grevetti.
Os critérios foram considerados adequados por representantes do Sindicato dos Taxistas do Paraná (Sinditáxi-PR), embora a entidade defenda que o número de 750 novas permissões ainda é insuficiente. "Não vai suprir a necessidade de Curitiba, mas é um primeiro passo. Estamos há quase três anos brigando para essas 750 novas placas, e agora ao menos a população vai ter um pouco mais de alento quanto à necessidade do táxi", disse o presidente do Sinditáxi-PR, Abimael Mardegan.
Urbs diz que novos veículos atendem demanda
Apesar da reivindicação do Sindicato dos Taxistas do Paraná por mais táxis além dos 750 previstos, a Urbs descarta a emissão de novas placas, mesmo se houver grande procura pelas permissões. O presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior, defende que, com os novos veículos, Curitiba atenderá a lei municipal que rege o serviço de acordo com a norma, a relação táxi por população deve estar entre 500 e 700 habitantes por carro. A necessidade de mais carros é motivo de discussões. Para o gestor da Urbs, José Carlos Pereira, a falta de veículos também decorre de um fator cultural. "O usuário está muito acostumado a que o veículo esteja na porta de casa. Mas a falta do serviço é influenciada também pelo tempo de deslocamento nas ruas," defende.