Com a inspeção mais rigorosa, os passageiros de voos domésticos enfrentam longas filas para embarcar na manhã desta segunda-feira (18) em vários aeroportos brasileiros, inclusive em Guarulhos, o maior do país. No aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba, o movimento, contudo, é tranquilo.
Agora, as normas de segurança dos voos domésticos são semelhantes ao embarque de viagens internacionais.
No aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, as longas filas de embarque começam antes mesmo de os passageiros chegarem à área do raio-X. Funcionários do aeroporto desativaram as escadas rolantes e os passageiros são obrigados a entrar em uma fila única para entrar na área de embarque.
A fila dá volta em toda o saguão do aeroporto até o passageiro conseguir passar o cartão de embarque. Após superar essa primeira etapa, os passageiros ainda têm problemas para passar pelo raio-X. Quem usou o terminal nesta manhã informou que a revista está muito demorada por causa do novo protocolo de segurança.
Nas redes sociais, muitos passageiros relatam o casos para conseguirem embarque. “Aeroporto de Congonhas está um caos. Quem inventou essa nova revista esqueceu que o Brasil não está preparado nem pra isso”, escreveu uma internauta em sua conta no Twitter.
Às 10h, dos 73 voos programados, oito decolaram com atraso e três voos estavam atrasados, segundo balanço da infraero. A Anac orienta os passageiros de voos domésticos que cheguem ao aeroporto mais cedo, com pelo menos uma hora e meia ou duas horas de antecedência e, no caso de voos internacionais, com três horas de antecedência.
Afonso Pena e demais aeroportos
O aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (RMC), teve fluxo tranquilo nesta primeira manhã de validade das normas mais rígidas para embarque doméstico. No local, a reportagem da Gazeta do Povo constatou pouco movimento e filas de embarque consideradas normais.
A assessoria de comunicação da Infraero no terminal disse que, no início da manhã, chegaram a se formar filas um pouco maiores - tanto pelo número de voos no horário quanto pelo tempo a mais de vistoria na hora do embarque.
A engenheira agrônoma Daiane Porto, que viajava de Curitiba a São José do Rio Preto, soube que a inspeção seria mais rígida e decidiu chegar no aeroporto com mais tempo para evitar problemas com filas e atrasos, mas encontrou a situação tranquila. Mesmo já sabendo das mudanças, ela disse ainda que, no check-in, os funcionários da companhia aérea passaram orientações. “Eles falaram que era para ir mais cedo para a fila [do raio X], porque está mais rígido. Avisaram que, se eu estivesse com laptop na mala de mão teria que tirá-lo e que provavelmente teria que tirar sapatos e cinto”, conta.
O administrador de empresas Paulo Miquevis, que desembarcou de um avião que veio de Londrina, contou que no aeroporto de sua cidade de origem o movimento também estava dentro do normal. Com um laptop na bagagem de mão - item que agora é preciso ser retirado para facilitar a vistoria via raio X -, ele contou que não precisou de muito tempo para ter acesso à area de embarque, embora não tenha recebido nenhuma orientação sobre os novos procedimentos antes.
“Vi a notícia ontem à noite. Mas só sabia dos aparelhos eletrônicos. Tive que tirar sapatos e cinto, mas foi bem tranquilo”, relatou.
Os passageiros de outros aeroportos também reclamam das longas filas para embarcar, inclusive em Guarulhos, o maior terminal internacional do país.
No aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, os passageiros relatam que há muita confusão, com pessoas desesperadas para embarcar para não perder o voo. Situação semelhante no aeroporto de Viracopos (Campinas) e de Ribeirão Preto.
Novas regras
Com as novas regras, os passageiros devem retirar o notebook e outros dispositivos eletrônicos da bagagem de mão, deixando-os em outra bandeja ao passar pelo raio-X. A justificativa é que o computador portátil dificulta a visualização no raio-X do interior da bagagem.
As malas de mão também podem ser inspecionadas por agentes dos aeroportos. Antes de entrar nas salas de embarque de voos domésticos, os passageiros podem ser submetidos a uma revista corporal -o método para seleção de quais passageiros serão submetidos à revista não foi divulgado.
A inspeção será feita por um agente do mesmo sexo do passageiro e poderá ocorrer em local público ou, caso seja solicitado pelo passageiro, em área reservada acompanhada por uma testemunha. Segundo as novas regras, divulgadas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) na última sexta (15), até mesmo crianças poderão ser revistadas.
As mudanças não alteram a lista de itens que já são proibidos na bagagem de mão, como objetos cortantes e garrafas com mais de 100 ml de líquido. As regras estão descritas em um tira-dúvidas com perguntas e respostas publicado pela Anac.