O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o Ministério Público do Paraná (MP-PR) levaram à Justiça mais uma denúncia contra o auditor da Receita Estadual Luís Antônio de Souza, por estupro de vulnerável e favorecimento à exploração sexual de adolescentes. Duas garotas, uma de 13 e outra de 16 anos, admitiram ter sido contratadas para programas sexuais com o auditor, que está na Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) 2.
Duas denúncias já foram oferecidas à Justiça e um terceiro inquérito deve ser concluído nesta semana contra o auditor e o ex-assessor do governo do estado Marcelo "Tchello" Caramori.
Os programas feitos pelo auditor com adolescentes datam de 2013 e foram confirmados, além dos depoimentos, pela troca de mensagens telefônicas. Em 13 de janeiro, Souza foi flagrado com uma adolescente de 15 anos na entrada de um motel em Londrina. Na nova ação, o MP e o Gaeco apontam que a garota de 16 anos saiu com o auditor pelo menos duas vezes.
Na segunda-feira, o Gaeco também colheu o depoimento de mais uma menor de 18 anos, que atestou ter sido contratada por Caramori, que está preso na PEL 2 desde a semana passada. As investigações da Polícia Civil e do MP apontam que Caramori e o auditor usariam as mesmas agenciadoras de programas para ter acesso às adolescentes. Pagavam entre R$ 300 e R$ 2 mil pelos programas sexuais.
Após mais de 20 depoimentos, os promotores identificaram novos suspeitos de crimes sexuais contra crianças e adolescentes em Londrina. Segundo a promotora Suzana de Lacerda, os fatos já apurados têm consistência suficiente para manter tanto o fotógrafo quanto o auditor presos. Caramori ainda não depôs formalmente no inquérito no qual é investigado junto com o auditor. "Eles deixaram muitos rastros e vamos aprofundar ainda mais as apurações", confirma a promotora Caroline Esteves.
A defesa dos dois iria pedir à Justiça que eles respondam às acusações em liberdade.