Advogado dos manifestantes Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, acusados de terem lançado o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, o criminalista Wallace Martins, 39 anos, pretende ingressar com um pedido de habeas corpus caso seja decretada a prisão preventiva dos dois.
Souza e Raposo estão presos desde a semana passada, mas em prisão temporária, de 30 dias. Caso tenham a prisão preventiva decretada, poderão ficar na penitenciária até o julgamento.
O advogado argumenta que não estão presentes os requisitos para a decretação de prisão preventiva, como garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal para garantir a aplicação da lei."O Ministério Público fez o pedido com base na garantia da ordem pública, mas eles [Souza e Raposo] não são delinquentes. Dizer que a pessoa solta vai cometer crimes é uma inferência, porque a regra é a liberdade. A prisão cautelar é uma exceção", disse.
Martins pretende defender a tese de que seus clientes foram negligentes ao acender o rojão, mas que não tinham a intenção de matar ninguém. Assim, não poderiam ser julgados por homicídio doloso, mas sim culposo (sem a intenção de matar). "Eles foram negligentes, todo mundo sabe. Não são assassinos. Não queriam matar ninguém", finaliza.
Divisão
Wallace Martins vai dividir a defesa de Souza e Raposo com o advogado Jonas Tadeu Nunes. Martins disse ter sido convidado por Nunes em razão de ele atuar como advogado criminal e manter escritório no centro, mais próximo ao Fórum. O escritório de Nunes fica no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da cidade.
"Tenho parcerias com muitos escritórios, sobretudo com os que trabalham na área cível. Quando precisam de um criminalista, me chamam", disse.
A exemplo de Nunes, Martins disse que não vai cobrar honorários dos manifestantes. "É uma sina do advogado, sempre há o pedido de um amigo, alguém pobre."
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