Professores, pais e alunos da Escola Estadual Nossa Senhora de Fátima, no bairro Tarumã, em Curitiba, realizaram no começo da manhã desta quinta-feira (29) um protesto contra o estudo do governo Beto Richa (PSDB) que prevê o fechamento de escolas no Paraná. Por causa da mobilização, a Avenida Victor Ferreira do Amaral teve períodos de tráfego bloqueado.
Este é o segundo ato da semana em resposta ao anúncio do governo que confirma a análise de encerrar atividades de ensino em algumas unidades. Na terça-feira (27), uma mobilização reuniu alunos e professores em frente ao prédio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), na Vila Izabel.
Embora a secretaria tenha dito que 71 instituições de ensino estão passando por uma análise técnica, até agora, a pasta não se manifestou sobre uma possível definição de quantas unidades serão afetadas, nem quais são elas. No entanto, há risco de que parte das instituições afetadas sejam as que operam em imóveis alugados – como é o caso da Escola Estadual Nossa Senhora de Fátima.
A unidade, que atende 600 alunos do 6º ao 9º ano, funciona desde 1961 e suas atividades são prestadas em um prédio alugado, que pertence à paróquia Nossa Senhora de Fátima.
Ralph Wandpap, membro da direção estadual da APP-Sindicato, disse que a decisão de organizar a mobilização veio dos próprios alunos, que estão assustados com a possibilidade de ter que deixar o colégio.
As professoras Adriana Carvalho e Regina Direne comentam que a notícia chocou toda a comunidade e que o provável fechamento chocou não só os professores e estudantes, que agora estão preocupados com o futuro de suas matrículas, mas também os pais destes alunos, que acompanharam o protesto desta quinta.
“Educação não é gasto, é investimento”, ressalta a professora Adriana Carvalho. “Para onde vão essas 600 crianças? Vai ter vaga em outros lugares para elas? A nossa escola tem uma qualidade muito boa e não podemos ficar de braços fechados para que venham e simplesmente fechem os portões”.
Em coletiva concedida à imprensa na terça-feira, a secretária Ana Seres Trento Comin afirmou que “nenhum aluno vai ficar sem matrícula” e que os servidores de escolas que vierem a ser as atividades cessadas serão remanejados. Apesar disso, ela assumiu que pode haver cortes de pessoal.