A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) ainda não desenvolveu nenhum plano para implantar um novo batalhão da Polícia Militar na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O anúncio de que a RMC ganharia um novo batalhão foi feito pela Sesp no dia 9 de fevereiro, como publicou a Gazeta do Povo na edição do dia 11 do mesmo mês. Mais de dois meses depois, a promessa ainda não saiu do papel. Mais que isso, ainda não há previsão para a proposta se tornar realidade. A RMC é uma das regiões que mais sofrem com a violência no estado. Na última sexta-feira, por meio de sua assessoria, a secretaria informou que não há nenhuma novidade sobre o assunto e que a criação do batalhão ainda está em fase de estudo.
Em fevereiro, a Sesp informou que o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, tinha um plano para reforçar a segurança na RMC. Entre as ações previstas estavam a criação do novo batalhão da PM (atualmente há apenas um na região, o 17.º, com sede em São José dos Pinhais), a ampliação do projeto Povo (Policiamento Ostensivo Volante) e a contratação de policiais civis, que reforçariam as delegacias dos municípios mais importantes. Na época, a assessoria da Sesp informou que o plano seria anunciado "nos próximos dias" pelo secretário Delazari, o que até agora não aconteceu.
A falta de perspectivas decepcionou representantes de Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) da RMC. Para Sérgio Skiba, presidente do Conseg Pinhais e da União Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança (Uniconseg), é preciso fazer investimentos com urgência. "O 17.° Batalhão [que atua na RMC atualmente] está com o contingente de dez anos atrás", diz Skiba. "Acho difícil este novo batalhão sair neste ano. Se for para criar um batalhão e dividir os policiais que já atuam na região metropolitana, vai ficar tudo na mesma."
A Sesp não revela o número de policiais militares do 17.°, mas, segundo Skiba, ele é composto por aproximadamente 600 homens. É o número das formações militares modernas: um batalhão é formado por três ou quatro companhias, com um contingente total que varia de 500 a 600 homens. "Em Pinhais, com 12 militares e duas viaturas a mais, a segurança pública melhoraria muito", aponta Skiba.
Reuniões
O advogado Jaiderson Rivarola, primeiro secretário do Conseg São José dos Pinhais, diz que a criação de um segundo batalhão na RMC é uma reivindicação antiga. "A idéia não é da Sesp, é dos Consegs", afirma. "As reuniões dos Consegs têm a presença de oficiais da PM, que ouvem a comunidade, mas precisamos que a polícia tenha o aparato necessário." Para Rivarola, a criação de um novo batalhão não é suficiente: também é necessário repor os policiais que se aposentam no 17.°. "O batalhão diminui a cada ano."
Entre as principais ocorrências de violência registradas na RMC estão homicídios, tráfico de drogas e assaltos a ônibus, mas a Sesp não divulga dados sobre a criminalidade na região. Segundo informações extra-oficiais de policiais civis, os municípios mais violentos da RMC são Colombo, São José dos Pinhais, Pinhais, Almirante Tamandaré e Campina Grande do Sul. Em algumas áreas de Colombo, como Monte Castelo e Alto Maranã, impera a "lei do silêncio".