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Trecho de Mata Atlântica em Curitiba, próximo à Serra do Mar | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Trecho de Mata Atlântica em Curitiba, próximo à Serra do Mar| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Nova metodologia de um estudo feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) ajudou a definir com mais precisão o total da área verde nativa que ainda resiste em Curitiba. Com os novos critérios, a organização revelou que a cidade tem ao menos 3,6 mil hectares de remanescentes de vegetação nativa, o que significa que 8,6% do que já existiu desse tipo de formação ainda está preservado.

O levantamento analisou manchas verdes captadas com satélite com área de até um hectare (equivalente a um campo de futebol). O mapeamento anterior só considerava áreas a partir de três hectares e, por isso, Curitiba aparecia com apenas 576 hectares de Mata Atlântica, ou seja, 1,3% da área original.

O estudo foi apresentado na manhã desta sexta-feira (12), no momento em que diversas ONGs ambientais estiveram reunidas com o Ministério Público, para debater um conjunto de ações que visa a conservação de áreas naturais e outras políticas públicas para preservar a natureza.

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O estudo considerou áreas com vegetação de porte florestal que tenham sinais de alteração, como clareiras, ou que ainda estejam em estágios iniciais de regeneração. Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica e coordenadora do estudo, destaca que mesmo pontos com menor grau de conservação exercem papel importante no processo de proteção do solo e dos recursos hídricos, além de serem indispensáveis para a qualidade de vida nas cidades. “Esse tipo de levantamento é importante para que as pessoas conheçam as áreas e que sejam estabelecidas políticas públicas que possam preservar sem conflitar com o desenvolvimento urbano”, enfatiza.

A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS) mapeou áreas naturais na cidade e concluiu que seria possível criar mil reservas particulares em Curitiba. Atualmente, são 17. Para Clóvis Borges, diretor-executivo da SPVS, além de identificar o que restou de áreas naturais, também é preciso mapear o que está sendo desmatado e estabelecer uma política de fiscalização mais intensa. Ele defende que tais ações só acontecerão com mais boa vontade e também um orçamento representativo, capaz de estabelecer uma agenda específica na área de conservação da biodiversidade, a partir do já elaborado plano da Mata Atlântica.

Paraná é líder de derrubada de Mata Atlântica

O Paraná não está nada bem nos monitoramentos de desmate de áreas naturais. Um estudo divulgado em maio pela SOS Fundação Mata Atlântica revelou que, depois de inverter a tendência e registrar queda no ano anterior, o estado retomou a posição de líder em derrubada de Mata Atlântica.

Com 1988 hectares de desflorestamento, a área desmatada mais do que dobrou em 2014-2015 em comparação com 2013-2014. No acumulado dos últimos 30 anos, o Paraná foi o estado que mais suprimiu Mata Atlântica, sendo responsável por um quarto de tudo o que foi derrubado deste tipo de formação florestal no Brasil.

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