Sistema
PR estuda cobrar por quilômetro
A adoção de um sistema eletrônico de cobrança de pedágio por quilômetro rodado já é uma realidade no Paraná, pelo menos em estudos realizados pela Secretaria de Infraestrutura e Logística do estado. O modelo, que usa radiofrequência e registra por imagem a passagem do veículo pela estrada, é chamado de "free flow" (fluxo livre, em inglês) porque utiliza pórticos em uma espécie de pedágio virtual, sem barreiras ou cabines de cobrança.
De acordo com o especialista em tecnologia do trânsito Rodolfo Rizzotto existem rodovias paranaenses que se enquadrariam nas características necessárias para implantação desse sistema. "Ele segue um padrão norte-americano e europeu e lá as rodovias têm poucos acessos e saídas". Segundo Rizzotto, para ser implantado aqui seria necessário ou fechar os acessos das rodovias ou buscar rodovias que tenham poucas saídas, como o trecho da BR-277 que vai até Paranaguá.
Seja qual for o sistema a ser adotado, para o gestor de produtos da Perkons, empresa especializada em tecnologia de trânsito, Ricardo Simões, o estado deve fazer seu planejamento de trânsito e estabelecer seu próprio plano. (EM)
O governo de São Paulo testa no mês que vem um novo meio de cobrança de pedágio no estado, proporcional ao trecho percorrido pelo veículo. O sistema eletrônico funcionará com a instalação de pórticos com antenas ao longo da rodovia. Estes equipamentos farão a leitura automática de chips instalados nos automóveis para depois registrar a cobrança conforme a quilometragem rodada. Por monitorar o veículo entre dois pontos, será possível identificar, por exemplo, o tempo usado pelo condutor para trafegar em um trecho e com isso calcular se ultrapassou a velocidade máxima permitida para o local.
Denominado Ponto a Ponto, o sistema está em testes na Rodovia Santos Dumont, SP 075, entre Sorocaba e Campinas, na região sudoeste de São Paulo. Em um trecho de 62 quilômetros serão implantados oito pórticos com antenas, nos dois sentidos da via. A cada vez que o motorista passar por um desses equipamentos será somado o valor correspondente ao trecho percorrido para depois ser debitado da conta informada pelo usuário.
De acordo com o professor de engenharia de tráfego na Universidade de Brasília (UnB) Paulo Cesar Marques, o pedágio tem a lógica de ser funcional, mas até agora não conseguia segmentar trechos tão curtos. "Este sistema [Ponto a Ponto] trabalha por trechos de um modo mais próximo da ideia para a qual o pedágio foi pensado", afirma o professor.
E é justamente a segmentação da rodovia que permitirá calcular a velocidade média dos automóveis para emitir multas. Como o veículo será monitorado ao longo dos trechos, será possível estimar quanto tempo ele demorou para fazer o percurso. Se fez 90 km em uma hora em uma via com limite de 80 km/h, poderá ser multado.
Para Rodolfo Rizzotto, coordenador do programa de redução de acidentes nas rodovias SOS Estradas, toda tecnologia para forçar o motorista a controlar a velocidade é bem-vinda. "Se você andar acima do permitido, deverá ser punido", afirma Rizzotto.
Etapas
Segundo o professor Paulo Cesar Marques, para que a prática seja adotada é preciso que haja a homologação desse sistema no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) juntamente com o equipamento utilizado. "Não há nas resoluções do Contran [Conselho Nacional de Trânsito, órgão ligado ao Denatran] previsão para o uso desse cálculo de velocidade", afirma Marques. Ele explica que, para estar regulamentado, o sistema terá seus equipamentos testados quanto à precisão na medição e sincronia entre os pórticos.
A iniciativa adotada pelo estado de São Paulo, pioneira no país, vai ao encontro da proposta do Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos (Siniav), que prevê a exigência de que todos os veículos tenham um chip de monitoramento. Por meio de portais de leitura desses chips por radiofrequência será possível extrair informações como nome do proprietário, chassi, e se um veículo apresenta multas ou alerta de roubo, por exemplo.
Interatividade
Você acha que o pedágio por chip deveria ser utilizado no Paraná?
Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora