Novo ministro da Educação, Cid Gomes, anunciará amanhã o novo valor-base da categoria no país| Foto: Elza Fiúza/ABr

Paraná

Salário de temporários está atrasado e só deve ser pago na quinta-feira

Os salários referentes ao mês de dezembro de 36 mil professores temporários da Rede Estadual de Educação só serão pagos no próximo dia 8. A informação foi dada ontem pela Secretaria Estadual de Educação.

Esses servidores são contratados pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS) e deveriam ter recebido os pagamentos, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), no último dia 30.

A justificativa do governo estadual é de que "o pagamento dos professores com contratos temporários pode ser feito até o quinto dia útil, neste caso, 8 de janeiro".

O presidente do APP-Sindicato, Hermes Leão, afirma que a lei estadual determina que o pagamento dos salários seja efetuado até o último dia de cada mês.

Liminar

"Pressionamos para que o pagamento fosse realizado no prazo", afirma. A entidade chegou a entrar um pedido de liminar requerendo o pagamento imediato dos salários.

Segundo Leão, o sindicato quer cobrar o Judiciário para que julgue o pedido de liminar. "O professor temporário também é servidor estadual e já deveria ter recebido seu salário", ressalta. Na quinta-feira (1º), cerca de 50 professores protestaram durante a posse do governador Beto Richa (PSDB), pedindo o pagamento dos salários.

CARREGANDO :)

O novo piso salarial dos professores, que será anunciado amanhã, deve custar R$ 7 bilhões aos municípios e estados brasileiros. Os cálculos são de um levantamento da Confederação Nacional dos Município (CNM). A entidade alega que o valor é superior ao total repassado pelo Fundo de Participação dos Municípios no ano passado – cerca de R$ 6,7 bilhões.

"Todas as prefeituras e estados serão afetados. As prefeituras não têm condições financeiras para pagar esse reajuste. Temos sérias dificuldades de arrecadação. O governo federal não quer enfrentar essa realidade", afirma o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

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O ministro da Educação, Cid Gomes, vai anunciar um reajuste que deve ficar entre 12% e 14%. Em janeiro do ano passado, o reajuste foi de 8,32%, o que deixou o piso do magistério em R$ 1.697. O valor é reajustado anualmente como determina a Lei do Piso, de 2008.

A correção, segundo o MEC, reflete a variação ocorrida no valor anual mínimo por aluno, definido nacionalmente no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) do ano anterior. O valor é a remuneração mínima do professor de nível médio com jornada de 40 horas semanais.

Com base na lei vigente, a CNM calcula o reajuste do piso do magistério em 13,01%. Segundo o MEC, de 2009 a 2014, o piso nacional do magistério foi corrigido em 78,63%. "Nesse período o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado foi de 31,78%. É preciso revisar o critério de reajuste. Essa forma implica em aumento superior à inflação", afirma Ziulkoski.

A entidade defende a aprovação do texto original do Projeto de Lei 3.776/2008, do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que estabelece o INPC como critério de reajuste anual do piso salarial. A CNM ainda reivindica que a lei federal fixe o reajuste o piso dos professores pela inflação e que aumentos reais nos vencimentos do magistério público sejam negociados pelos governos .

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No Paraná, o salário inicial de um professor na rede estadual com jornada de 40 horas semanais é de cerca de R$ 2,4 mil, conforme dados passados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato).

Apesar de o salário ser maior que o piso nacional, o presidente do sindicato, Hermes Leão, defende que o reajuste porcentual que será definido tenha impacto na rede estadual e redes municipais do Paraná. "Vamos fazer essa cobrança para que ocorra essa aplicação do reajuste no salário do magistério. O poder público deve cumprir o reajuste", afirma.