Depois de uma indefinição por 48 dias, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou na sexta-feira (22) o ex-presidente do Tribunal de Justiça José Renato Nalini, de 70 anos, como novo secretário estadual da Educação. Nalini chega à pasta com a missão de apaziguar o clima da rede após o movimento de ocupação de escolas contrário ao projeto de reorganização, que acabou suspenso. O desembargador prometeu “transparência” e “diálogo”. Ele afirmou também que a ação “poderia ter sido mais discutida”.
Desde o ano passado, Nalini era apontado como favorito entre os nomes que surgiram após a saída de Herman Voorwald, em 4 dezembro. O cargo passou a ser bastante disputado por tucanos e partidos aliados, por representar uma possibilidade de vitrine política.
Nalini teve como principais defensores na interlocução com Alckmin o secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, e o secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita. Mesmo compondo a gestão petista de Fernando Haddad, Chalita já integrou a equipe de Alckmin, com quem ainda mantém bom trânsito.
O desembargador vai comandar a maior rede pública do Brasil. São 3,8 milhões de alunos, 230 mil professores e mais de 5 mil escolas. O governo não divulgou quando ele assume oficialmente. Em entrevista ao Estado por e-mail, Nalini afirmou que o governador o convidou para o cargo, mas não fez recomendações específicas quanto ao modo de condução da pasta.
O novo secretário diz que acompanhou como “cidadão” as ocupações e tomou conhecimento mais direto quando os fatos chegaram ao Judiciário. “Há uma infinidade de aspectos nessas manifestações, como seu ineditismo; interesse de alunos e de pais, em relação a uma reorganização que poderia ter sido mais discutida. Mas também algumas sequelas constatadas, como vandalismo”, diz. “Minha intenção é ouvir todos os interessados. Ser transparente com eles e pedir parceria para o enfrentamento de questões que afetam a todos. Diálogo é uma vocação que levo a sério.”
Desafios
Quase 200 escolas estaduais foram ocupadas no ano passado por alunos que eram contrários à reorganização anunciada pela gestão. O projeto previa o fechamento de 93 escolas e a transformação de 754 em unidades de ciclos únicos. O governo defendia que o modelo resultaria em melhora na educação. A principal motivação dos estudantes, porém, foi a falta de participação nas decisões. O governo recuou do projeto, o que resultou na demissão de Voorwald.
Além de restabelecer o diálogo com as comunidades escolares, Nalini terá de superar desafios já existentes na rede, como a melhoria dos indicadores educacionais, a reformulação do currículo do ensino médio e a expansão do tempo integral. Ainda terá de lidar com a pressão pela valorização dos professores, que no ano passado ficaram sem reajuste. Tudo isso em um ambiente de crise econômica e orçamento menor.
Nalini diz que vai apostar no diálogo e na colaboração. “Vamos fazer com que a comunidade se motive e leve a sério o empenho para fazer com que o maior Estado-membro da Federação tenha a melhor educação do planeta”, diz ele.
O anúncio foi feito por Alckmin na manhã de ontem, em Santo Anastácio, na região de Presidente Prudente. Alckmin definiu Nalini como sendo um “homem com espírito público, extremamente interessado nas questões da Educação. Um homem do diálogo”. “Temos a absoluta confiança de que vamos dar um grande passo para melhorar a qualidade da escola pública de São Paulo”, disse o governador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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