Nenhum papel no chão ou sinais de moradores de rua sob as marquises. Estes são alguns dos sinais deixados pela primeira lavação da Rua XV de Novembro feita pela nova gestão da prefeitura.
A ação, iniciada na noite desta terça-feira (31) pelo prefeito Rafael Greca (PMN), foi estendida madrugada adentro pela equipe de limpeza pública. Foi concluída às 5 horas da manhã desta quarta (1°.).
Mas será que as pessoas repararam alguma diferença?
Há mais de três décadas trabalhando na Rua XV, a vendedora Sheila de Paula, 66 anos, afirma que a lavação provocou mudança nos “ares” da região sim. “Sentia odores muito fortes, de urina mesmo, nesta rua. Depois que lavaram, melhorou o ambiente”, diz.
De passagem pela famosa rua de Curitiba, a aposentada Lurdes Wolazek, 69, também comenta ter reparado em “algo” diferente ao chegar ao calçadão. Para ela, a “bagunça” estava menor. O resultado era mais facilidade para caminhar com o neto por ali. “Em comparação com outros lugares de Curitiba, ficou bom”, define a moradora de Santa Felicidade.
Menos detalhista, a vendedora Marli de Fátima Oliveira, 42, só soube da limpeza do calçadão onde trabalha depois que a reportagem a questionou sobre os resultados da lavação. Até então, ela só havia reparado em uma mudança na região neste ano. “Percebi que as árvores foram podadas e novas árvores foram plantadas. O pessoal das lojas já chamou atenção para que as pessoas não prendam bicicletas ali”, assinala.
Moradores de rua
A reportagem entrou em contato com a Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS) para saber quantos moradores de rua que estavam dormindo na região foram atendidos e levados para abrigos durante a lavação da Rua XV. Um relatório sobre o assunto ainda deve ser divulgado, segundo a assessoria de imprensa do órgão.
A ação no calçadão demandou dois caminhões pipa e cerca de 30 funcionários da limpeza pública. Conforme a prefeitura, o mutirão de limpeza deve ocorrer uma vez por mês na Rua XV e ser estendido ainda a outros pontos da cidade, como a Travessa Jesuíno Marcondes e os calçadões das ruas Comendador Araújo e Barão do Rio Branco. A previsão é que a mobilização ocorra uma noite por semana.