O Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa), de Curitiba, vai investigar a morte de uma mulher de Colombo, na região metropolitana, em uma clínica de cirurgia plástica localizada no bairro Mercês, na capital. Marcele Cristina dos Santos, de 36 anos, morreu em decorrência de complicações durante uma cirurgia de lipoaspiração e abdominoplastia, na manhã da última quarta-feira (27).
O Nucrisa informou que ainda não sabe a causa exata da morte de Marcele. Segundo a delegada Sâmia Coser, a família da vítima precisa emitir uma autorização para que a polícia tenha acesso a todos os exames realizados pela mulher antes do procedimento, e também aos prontuários médicos da clínica. A ida da família ao núcleo deve ocorrer na próxima segunda-feira (2). O laudo do Instituto Médico Legal que vai atestar a causa da morte da vítima deve ficar pronto em até 40 dias.
Procurada pela reportagem, a clínica cirúrgica onde ocorreu a morte de Marcele informou, por meio de seu advogado, Nelson Shioiti Shin-Ike Junior, que assim que foi constatada a gravidade do problema cirúrgico, a equipe médica iniciou os procedimentos necessários e indicados para tentar reverter o quadro. No entanto, apesar de todos os esforços, a paciente não resistiu ao problema.
Ainda segundo a clínica, mesmo não identificando qualquer erro na conduta da equipe médica, o estabelecimento "comunicou o fato às autoridades competentes através do Instituto Médico Legal, o qual transportou a paciente às suas dependências", escreveu o advogado em nota.
Documentação da clínica está em dia
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional do Paraná (SBCP-PR) informou que não tem a competência de investigar as causas que levaram à morte da paciente em Curitiba. A entidade disse, no entanto, que está disponível para amparar com informações técnicas da área todos os órgãos envolvidos no esclarecimento do caso, e ressaltou, em nota, que "é preciso ponderar que não se pode negar a existência de riscos inerentes ao exercício da Medicina, já que o médico trabalha com margens de previsibilidade em terreno conjectural".
O presidente da sociedade, André Auersvald, explica que as cirurgias plásticas não precisam ser realizadas necessariamente em hospitais, já que as clínicas que realizam o trabalho dentro dos padrões legais possuem todo o equipamento necessário para estabilizar problemas decorrentes dos procedimentos em suas salas de cirurgia. "Nessas clínicas, os centro cirúrgicos funcionam como se fossem mini-UTIs, o que assegura atendimento imediato em qualquer problema", disse.
O representante da clínica onde Marcele se internou para realizar a cirurgia disse que todos os cirurgiões que atuam na instituição são devidamente inscritos no Conselho Federal de Medicina e Membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, e que o local tem seu funcionamento autorizado pelos órgãos competentes. A Vigilância Sanitária de Curitiba informou que todas as documentações da clínica estão em ordem.
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