MP-PR deve firmar Termo de Ajustamento de Conduta
Depois de várias reuniões realizadas em 2011 com representantes de instituições públicas e comerciantes do estado para discutir os ataques a caixas eletrônicos no estado, o Ministério Publico do Paraná (MP-PR) deve firmar em breve um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para definir normas de segurança de instalação dessas máquinas no estado.
O documento ainda não está finalizado, mas, segundo o MP-PR, faltam apenas alguns encontros para fechar o termo, que deve passar a valer ainda este ano.
No ano passado, 214 ataques a bancos incluindo assaltos e tentativas de assaltos a essas instituições e também explosões e arrombamentos a caixas eletrônicos foram registrados em todo o Paraná. O número de casos é 118% maior em comparação a 2011, quando 98 crimes deste tipo ocorreram no estado. As informações são do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região (SindVigilantes) e foram repassadas nesta segunda-feira (18).
Segundo o sindicato, do total de ataques registrados em 2012, aproximadamente 49,5% deles foram explosões a caixas eletrônicos, tanto em estabelecimentos comerciais como em agências bancárias. Do restante, 74 casos foram de arrombamentos às maquinas de autoatendimento e 34 assaltos ou tentativos de assalto a bancos.
Em 2011, o Paraná fechou o ano com oito explosões de caixas eletrônicos, 61 arrombamentos de caixas e 29 assaltos a banco ou tentativa.
Além disso, o levantamento do sindicato também aponta outros crimes não contabilizados nos ataques gerais. No ano passado, também ocorreram três assaltos a carro-forte, 18 saidinhas de banco (abordagem e roubo, fora das agências, a clientes que tenham sacado dinheiro no interior do banco) e quatro mortes oriundas destas situações.
Falta de aviso eleva número de roubos
De acordo com o SindVigilantes, o aumento expressivo do uso de explosivos para roubar o dinheiro dos caixas eletrônicos fez com que muitos comerciantes retirassem os equipamentos de seus estabelecimentos comerciais.
O sindicato e a Associação Comercial do Paraná (ACP) não souberam precisar quantas casas comerciais possuem hoje caixas eletrônicos disponíveis para seus clientes, e, segundo coordenadora do conselho de segurança da área de Curitiba (Conseg), Malu Gomes, essa falta de precisão a respeito da distribuição das máquinas de autoatendimento bancário é um dos principais motivos que contribuiu para o aumento do número de arrombamentos aos caixas. Isso porque, conforme a coordenadora, sem o conhecimento de onde existem caixas eletrônicos vulneráveis não há como estabelecer um policiamento adequado próximo à região.
"Quando se instala um caixa eletrônico, é preciso avisar a polícia militar e civil da região e perguntar se aquele local é ideal e quais os prós e contras de ter um caixa ali. Sem esse comunicado, a polícia não sabe que tem que reforçar o policiamento no local. Se avisar as polícias, as viaturas vão passar por perto, principalmente se for em locais mais afastados e próximos a rotas de fuga", explica Malu.
Outro lado
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) explica, no entanto, que todo ponto que possui movimento de e dinheiro deve ter a autorização da Polícia Militar para funcionar (que inclui os caixas eletrônicos), mas que a segurança é de responsabilidade do estabelecimento comercial.
A federação ainda informa que para a instalação dos terminais de autoatendimento, as instituições financeiras e os estabelecimentos comerciais fazem um contrato de locação ou de comodato que prevê a instalação e a manutenção da máquina e que cada solicitação de instalação de um terminal é avaliada pelo banco, inclusive em relação a padrões de segurança.
A assessoria de imprensa da Polícia Militar do Paraná informou que a corporação "é responsável pela segurança pública e pela manutenção da ordem e age em relação à questão de roubos a bancos quando se depara com alguma situação ou é informada de que está acontecendo um crime".
Além disso, a PM-PR mantém operações nas áreas comerciais em horas e dias de pico para evitar crimes contra bancos.
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