O número de salvamentos realizados pelo Corpo dos Bombeiros no Litoral do Paraná cresceu no carnaval deste ano em relação ao feriadão de 2016. Entre a sexta (24) e a segunda-feira, os salva-vidas registraram 84 atendimentos na região, contra 55 no mesmo período do ano passado — um aumento de 52%. Em compensação, o total de mortes caiu pela metade. Neste ano, foi apenas uma, ocorrida em Matinhos.
Segundo a tenente Virgínia Turra, responsável pela comunicação da corporação no litoral, são vários os fatores que podem explicar esse crescimento nas ocorrências, como o maior número de turistas na região durante o carnaval deste ano. “Tivemos dias bem ensolarados e quentes, o que levou muita gente para a praia e pode fazer com que os incidentes também aumentem”, explica.
Outra possibilidade apontada por ela é que muitos banhistas ainda procuram pontos da orla longe de postos de salvamento dos bombeiros, o que dificulta uma ação de resgate caso necessária. “A maioria dos incidentes graves acontece exatamente fora dessa área de supervisão. Existe uma demora para se chegar a esses locais e isso faz com que o perigo seja maior”. Ao todo, o Litoral paranaense possui 89 postos de salva-vidas para atender os banhistas.
Fim de carnaval no litoral é de sol e calor, mas com praias vazias
Leia a matéria completaBebida e banho de mar
O exagero no consumo de bebidas alcoólicas durante o carnaval é outra possível causa que pode justificar o crescimento no número. Segundo Turra, não há como aferir se alguém se afogou por ter bebido demais ou por qualquer outra razão. No entanto, o dia a dia mostra que essa relação perigosa envolvendo bebida e o mar existe.
O tenente Tadeu Nunes conta que é comum que foliões decidam estender a festa da avenida para a praia, indo muitas vezes alcoolizados para a água — uma combinação que pode dar muito errado. “O Corpo de Bombeiros não tem pessoal à noite na praia, então é muito perigoso tentar nadar nesse horário”, explica. Ainda assim, ele conta que o batalhão de Guaratuba manteve um grupo de plantão durante a madrugada para atender ocorrências desse tipo durante o carnaval. “É algo que acontece com frequência”.
Como explica a tenente Turra, o álcool afeta tanto o equilíbrio quanto a tomada de decisão do banhista e isso pode trazer grandes problemas quando se está no mar. “Se ficou na folia até tarde, vai para casa, descansa e depois vai para a praia”, completa Nunes. “O mar pode até estar tranquilo, mas você nunca sabe quando a maré começa a mudar e pode acabar sendo surpreendido”.
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