O número de procedimentos abertos pelo Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo para investigar crimes pela internet explodiu 318% entre 2007 e 2008, revelou na terça-feira (10) o Grupo de Combate aos Crimes Cibernéticos - braço do MPF que rastreia denúncias sobre pedofilia, intolerância racial, pornografia infantil, xenofobia e crimes de ódio. Foram instauradas 620 investigações em 2007 e 1.975 no ano passado.
O aumento de casos levados ao MPF se deve a dois fatores, segundo os procuradores da República. Primeiramente, destaca-se o acordo de cooperação firmado com o Google, maior site de buscas, que passou a tirar do ar páginas suspeitas, preservando e encaminhando ao MPF provas de conteúdos ilegais postados no Orkut. O segundo fator foi a mudança no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que passou a tornar crime condutas antes não penalizadas, como a posse de material de pornografia infantil.
Os dados foram divulgados durante encontro do MPF e a ONG SaferNet, na celebração do Dia Mundial da Internet Segura no Brasil. Segundo o psicólogo Rodrigo Nejm, diretor de Prevenção e Atendimento da SaferNet, 37% dos adolescentes nunca ouviram falar de programas de prevenção e dos 49% que conhecem algum o consideram ineficiente. A maioria dos pais (64%), de acordo com pesquisa nacional da ONG, declararam que reportagens são a melhor forma de prevenção. Das 91.038 denúncias de 2008, 63,2% são relativas à pornografia infantil.
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