No mesmo período do ano passado, o Brasil tinha 4 milhões de jovens de 14 a 24 anos na mesma situação| Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
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De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levantados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 5,4 milhões de jovens de 14 a 24 anos não estudam, não trabalham e não procuram trabalho.

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O dado revela um crescimento do contingente dos jovens chamados de “nem-nem” em relação ao mesmo período do ano passado, quando o Brasil tinha 4 milhões de jovens de 14 a 24 anos nesta situação.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28) pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

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Segundo o levantamento, no primeiro trimestre de 2024, o Brasil tinha 34 milhões de jovens de 14 a 24 anos. Do total, 11,6 milhões só estudavam; 14 milhões estavam ocupados; 3,2 milhões estavam desocupados e 5,4 milhões, correspondente a quase 16% do total, não estavam trabalhando, nem estudando ou procurando trabalho.

Dentre os jovens ocupados, a maioria (45%) estava envolvida com trabalhos informais. 15% dos ocupados são jovens de 18 a 24 anos que só estudam. Outros 41% de 18 a 24 anos só trabalham. 12% dos adolescentes de 15 a 17 anos estudam e trabalham. Outros 2% da mesma faixa etária só trabalham.

Entre os jovens que só estudam (11,6 milhões), 81% são adolescentes de 15 a 17 anos e 17% têm de 18 a 24 anos.

De acordo com o governo, a parcela de jovens desocupados (3,2 milhões) é formada por 51% de mulheres e 65% de negros.

A parcela dos que não estudam, não trabalham, nem procuram trabalho (5,4 milhões) é formada por 60% de mulheres, a maioria com filhos pequenos, e por 68% de negros.

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Em entrevista à Agência Brasil, a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, culpou a falta de oportunidade no mercado de trabalho para as mulheres e o conservadorismo pelo crescimento do índice dos jovens “nem-nem”.

“Há muita dificuldade de as mulheres entrarem no mercado de trabalho, em especial, mulheres jovens. Por outro lado, há esse apelo para que as jovens busquem alguma outra forma de ajudar a sociedade, que é ter filhos mais jovens, além de um certo conservadorismo entre os jovens que acham que só o marido trabalhando seria suficiente”, disse Montagner.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]