Passou de 1,5 mil o número de mortos e desaparecidos em enchentes e deslizamentos de terras no país neste ano, um recorde histórico, segundo o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Diante de uma nova temporada de chuvas de verão, o ministro disse nesta sexta-feira (16) que a meta é reduzir "drasticamente" o número de vítimas em acidentes, por meio de alertas mais precisos e mapeamento das áreas de risco, previstos integralmente apenas para 2014.

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O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério, Carlos Nobre, disse que nenhum sistema de alerta, por mais sofisticado que seja, reduz a zero o número de mortos. "Em países como o Japão e os Estados Unidos, as mortes são reduzidas em até 80%", disse. Ele informou que, quase um ano depois das enchentes na Região Serrana do Rio de Janeiro, o país conta hoje com 24 radares para a previsão de tempo em 31 dos 56 municípios das regiões Sul e Sudeste listadas entre as áreas de maior risco. "Hoje, os grandes buracos à visão dos radares são a região metropolitana de Salvador, na Bahia, o sul do Estado, e Vitória, no Espírito Santo", informou.

A partir deste sábado (17), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) entra em regime de operação 24 horas por dia. Esse sistema foi criado após o desastre do Rio de Janeiro. Um módulo temporário foi instalado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Cachoeira Paulista (SP).

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Para 2012, está prevista a compra de 2,8 mil pluviômetros para aumentar a capacidade do sistema de alertas de desastres naturais. No Brasil, a maioria absoluta é causada pelo excesso de chuvas: enchentes ou deslizamentos de terra. No ano que vem, também deverão entrar em operação mais quatro radares. Com isso, no final de 2012, 90% das áreas de risco estariam sob monitoramento. Mas faltaria a parte mais trabalhosa da tarefa: o mapeamento do comportamento do solo em áreas ocupadas.

O Brasil tem 251 municípios identificados como áreas de risco, porque registram grande número de desastres com mortos. Estudo mostra que, nos três últimos anos, o Brasil registrou uma média de 2,5 mortes por cada milhão de habitantes, por ano. Nos Estados Unidos e Canadá, essa média é de 0,05 mortes por milhão de habitantes. O desempenho do Brasil ficou atrás até da média da América Latina, com cerca de uma morte por milhão de habitantes por ano. "Precisamos reduzir de cinco a dez vezes esse índice", disse Carlos Nobre.