A 9ª Pesquisa sobre Mobilidade Urbana feita pelo Ibope para o Dia Mundial Sem Carro, nesta terça-feira (22) indica que caiu 11 pontos porcentuais o número de motoristas que usam o automóvel todos os dias ou quase todos os dias na capital paulista. Em 2014, 56% dos paulistanos diziam usar o carro diariamente, ante 45% neste ano.
A pesquisa foi encomendada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Foram entrevistados 700 moradores da capital, acima de 16 anos, entre os dias 28 de agosto e 5 de setembro. Os números foram apresentados na manhã desta terça-feira, 22, no Sesc Consolação.
Os moradores de São Paulo gastam, em média, oito minutos a menos nos deslocamentos em comparação com o ano anterior, indicou o estudo. Somente entre os que usam o carro todos os dias, o tempo médio de locomoção diária é de 2h48 – uma queda de cinco minutos em relação aos números de 2014.
Por outro lado, os usuários do transporte público passaram a gastar dez minutos a mais nos deslocamentos. Quase a metade dos paulistanos (48%) gasta pelo menos duas horas por dia, considerando o total.
Segundo Maurício Broinizi, coordenador da Secretaria Executiva da Rede Nossa São Paulo, a tendência é de que mais paulistanos deixem o automóvel em casa porque o tempo de deslocamento entre quem se locomove de carro e de transporte público é quase igual. “O que está dando para perceber é que, talvez, o tempo de deslocamento dos ônibus tenha realmente melhorado em relação à locomoção de carro. O tempo que se gasta no trânsito está quase empatando.”
53% dos paulistanos são contrários à redução da velocidade em SP
Dois meses após o início da redução de velocidade em todas as vias de São Paulo, a 9ª Pesquisa sobre Mobilidade Urbana feita pelo Ibope apontou que 53% dos paulistanos são contra a medida e 43%, a favor.
O coordenador da Secretaria Executiva da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, disse que os números surpreenderam. “Esperava uma rejeição muito maior. Imaginava que bateria em 70% de rejeição. (O assunto) teve uma repercussão muito mais negativa do que positiva”, afirmou.
Segundo a diretora executiva do Ibope, Márcia Cavallari, que apresentou os números no SESC Consolação na manhã desta terça-feira (22), o perfil dos contrários à redução da velocidade é de pessoas com maior renda, moradores da região oeste da capital e usuários do carro todos os dias. A favorabilidade à medida predomina entre moradores das regiões central e norte.
Além disso, lembra Broinizi, o levantamento foi realizado antes da divulgação de dados da Companhia de Engenharia do Tráfego (CET), que apontou queda de 36% no número de acidentes com vítimas nas Marginais do Tietê e Pinheiros, conforme antecipado pela reportagem.
Entre os motoristas que utilizam o carro diariamente, a rejeição é ainda maior: 66% se declararam contrários, de acordo com dados da pesquisa sobre mobilidade urbana. Entre quem ganha mais de cinco salários mínimos, 64% discordam do programa implementado pela Prefeitura.
Bicicleta
O levantamento apontou que, em 2007, 34% afirmavam que não usariam bicicleta na capital “de jeito nenhum”. O número de pessoas que recusava a locomoção por bicicleta vem caindo ao longo dos anos: em 2014, eram 24% e, em 2015, 13%. Entre os que não usam bicicleta, 44% declararam que usariam caso houvesse mais segurança, outros 18% se tivesse mais sinalização nas ruas e 13%, mais ciclovias (em 2014, o número era 26%).
Caso houvesse uma boa alternativa de transporte, 80% afirmaram que deixariam de usar o carro, contra 71% no ano passado.
Lotação
Em relação ao ano passado, cresceu a percepção de que a lotação é maior. A pesquisa mostrou que 59% disseram que a lotação aumentou no último ano, 30% afirmaram que está igual e 8% acreditam que diminuiu. Em 2014, 39% disseram que a lotação havia crescido, 54% declararam que estava igual e 7%, que reduziu.
Transporte público
A avaliação do transporte público é mais negativa entre os que declararam utilizar carro “todos os dias” ou “quase todos os dias” (4,1) em relação aos usuários do próprio serviço, que deram nota de 5,1.
A diferença também é grande no item “tempo gasto para se deslocar”: a nota média entre os que usam carro todos os dias ou quase é 3,3, e de 5,2 entre os que não usam.
Ônibus
As notas em relação ao serviço dos coletivos de São Paulo continuam abaixo da média (5,5).
Mas, de acordo com a pesquisa, “houve significativa melhora” no porcentual de notas 9 e 10 nos itens como limpeza, conservação e manutenção dos terminais (passou de 5% para 13%), cordialidade e respeito por parte de motoristas e cobradores (de 5% para 10%), limpeza, conservação e manutenção dos ônibus (de 4% para 10%), tempo de duração da viagem (de 2% para 8%), entre outros.
Entre os entrevistados, 90% são a favor da construção de faixas e corredores de ônibus. “É um dado significativo porque no começo teve muita reclamação e, agora, os usuários de carros estão respondendo favoravelmente”, afirmou Broinizi.
Por mais mobilidade, 49% querem mais linhas de metrô ou trem em SP
Cerca de 49% dos paulistanos acreditam que a medida mais importante do poder público pela melhoria da mobilidade seja a construção de mais linhas de metrô ou trem e a ampliação das já existentes. Ainda segundo o estudo, seis em cada dez paulistanos são contrários ao rodízio em dois dias da semana. Em relação à propensão para sofrer acidentes, 46% apontam os motociclistas como mais vulneráveis e 33% declararam que são os pedestres as vítimas mais comuns.
Áreas problemáticas
As áreas mais citadas foram saúde (55%), segurança pública (37%), educação (33%), desemprego (33%), trânsito (29%), transporte coletivo (27%), abastecimento de água (21%) e poluição (17%). Os itens ‘trânsito’ e ‘transporte público’ vêm caindo ao longo dos anos. Hoje são, respectivamente, a 5ª e 6ª preocupações dos paulistanos.
Em 2014, a preocupação do paulistano com desemprego era de 11%. Uma pergunta inédita na pesquisa apontou que 62% dos entrevistados – ou alguém que mora no mesmo domicílio – já tiveram problemas de saúde em função da poluição de São Paulo.
Em SP, 64% são a favor da abertura de ruas para áreas de lazer
Cerca de 64% dos moradores da cidade de São Paulo são favoráveis à utilização exclusiva de ruas e avenidas para lazer e circulação de pedestres e ciclistas aos domingos. Já os contrários à medida representam 33%.
No início de setembro, a reportagem mostrou que 50% dos comerciantes são favoráveis à abertura da Avenida Paulista, 25% contra e 25%, indiferentes.
Após contestação do Ministério Público, a Prefeitura de São Paulo anunciou um calendário de audiências públicas para debater com a comunidade a possibilidade de abertura de uma via em pelo menos cada uma das 32 subprefeituras.
No último sábado (19), ocorreram as primeiras audiências, entre elas, a que discutiu o fechamento da Avenida Paulista para veículos.
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