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O número de inscritos na categoria "treineiros" no vestibular 2006 surpreendeu a reitora em exercício da UFPR, Maria Tarcisa da Silva Bega. São 2.146 estudantes que se inscreveram apenas para saber como é participar de um vestibular. De acordo com Maria Tarcisa, a prática era comum antes, mas agora a instituição consegue identificar e retirar os treineiros do processo seletivo.

Os treineiros participam da segunda fase, mas não entram na classificação – não influenciando no resultado. A vantagem acaba sendo operacional, aponta Maria Tarcisa. "Evita que a gente fique fazendo muitas chamadas complementares. Muitas vezes um candidato que tinha condições de ser aprovado perdia a chamada", afirma.

Foi justamente a possibilidade de se ambientar na disputa que motivou o treineiro Celso Gustavo Stall Sikora, 14 anos, o mais novo entre 46.087 candidatos, a se inscrever. "A idéia é pegar experiência para quando for para valer", explica. A concorrência de 18,71 candidatos por vaga em Administração Diurno não faz muita diferença para ele.

Celso acaba de concluir a 8.ª série no Colégio Positivo, em Curitiba, e ainda nem estudou o conteúdo do Ensino Médio. Mas o adolescente planeja fazer bonito, pelo menos, na prova de Matemática. "Faz dois anos que estudo pelo método Kumon e estou bastante adiantado no conteúdo de Matemática. Quero testar meus cálculos", argumenta.

Pelo terceiro ano consecutivo, o aposentado Antônio Ferreira dos Santos deixará o conforto de sua casa no bairro do Cabral, em Curitiba, para ir em busca de um sonho: ingressar na UFPR. Aos 80 anos, ele é o candidato mais velho e tentará uma vaga em Direito. "Estou confiante. Vou me sair bem na prova", diz ele, que decidiu se dedicar aos estudos após encerrar a carreira de 35 anos na Polícia Militar. Apesar do otimismo, a tarefa não é fácil. São 25,58 candidatos por vaga– o curso está entre os cinco mais concorridos.

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